| 08/08/2009 05h40min
Genaro Joner
A polêmica em torno de uma possível volta de Fernandão obscureceu a contratação de Edu (foto, ao ser recebido no aeroporto) pelo Inter. É compreensível. O maior jogador da história do Inter — não o melhor: o melhor é Falcão — manifestava sua mágoa por não ter sido acolhido no Beira-Rio após a rescisão de contrato no Catar e, claro, adonou-se do noticiário. Como Edu tem quase a mesma idade do capitão do mundo — 30 anos contra os 31 de Fernandão —, sua vinda chegou a ganhar contornos de afronta ao grande ídolo recente do Beira-Rio.
Não é afronta. Trata-se de um
reforço do nível de Nilmar. Camisa 10 de habilidade e força física que joga em todas no meio-campo com disciplina
tática. Um achado do ex-presidente Fernando Carvalho. E que, curiosamente, repete o processo da busca de quem? Dele, Fernandão.
Como o Inter redescobriu Fernandão na França? Em primeiro lugar, por absoluta implicância de Carvalho, que lembrava dele de seis em seis meses. Sondava para saber como estava sua situação no Olympique, de Marselha e, depois, no Toulouse. Tanto insistiu que, em 2004, conseguiu. Não foi diferente com Edu.
As semelhanças não param aí. Assim como Fernandão, o novo reforço do Inter brilhou nas seleções de base da CBF. Fernandão disputou o Mundial Sub-20 na Malásia, em 1997. Edu disputou a Olimpíada de Sydney, em 2000. Ambos são meia-atacantes e partiram cedo para a Europa.
Rumo a França, Fernandão deixou o Goiás, para onde acaba de voltar, quando tinha 23 anos. Edu foi vendido pelo São Paulo ao Celta com 21. Ao saírem ainda como projetos de craque, terminaram esquecidos pelos grandes clubes brasileiros
após certo tempo.
O
mérito de Carvalho é este: o de não esquecer.
Os dois, Fernandão e Edu, voltam pelos mesmos motivos: saudades de casa depois de ganhar muito dinheiro no Exterior e o claro objetivo de completar em grande estilo a carreira prematuramente abortada no Brasil. A única diferença é que Fernandão veio para o Inter mais cedo, aos 26 anos, enquanto Edu retorna aos 30.
O fato é que, durante a semana, ouvi muita gente perguntando: "Você lembra deste Edu? Ele é atacante ou meia?". Assim como se perguntava, em 2004: "Quem é mesmo este Fernandão? É centroavante ou meia"?
Não chego ao ponto de dizer que Edu vai ser um novo Fernandão, até porque isto é impossível. Mas a estratégia de ir lá longe buscar aquele bom jogador esquecido à espera de um clube brasileiro é a mesma.
Edu foi uma grande sacada. Uma sacada do Inter que repete
Fernandão.
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