| 07/08/2009 05h28min
Não estou entre os que festejam o empate do Grêmio em 1 a 1 no Parque Antártica, ontem. Tudo bem que era o Palmeiras, líder do campeonato, e contra um adversário assim é sempre mais
difícil.
Mas repare bem: faltando duas rodadas para o fim do primeiro turno, o time de Maxi López (foto) está distante 10 pontos do primeiro
colocado. Vou repetir: 10 pontos.
Ontem era a chance de reduzir esta diferença para sete no confronto direto e, ao menos, vislumbrar o título brasileiro, 13 anos depois de 1996. Mas o Grêmio deixou a chance escapar.
O Barueri, adversário de domingo em São Paulo, tem os mesmo 25 pontos do Grêmio em 17 rodadas. O Avaí está um ponto à frente, com 26. Para um clube da grandeza e da tradição do Grêmio, é pouco. Mais duas rodadas e o campeonato estará na metade. O aproveitamento fora de casa com o "bom" empate de ontem, conforme análise do vestiário gremista, é de 8,3%.
Como sonhar com título diante de uma rotina sem vitória além da divisa do Rio Grande do Sul, que se manteve inalterada ontem?
É uma rotina perigosa, pois exige desempenho de quase 100% em Porto Alegre, algo difícil de manter eternamente.
As oscilações fora de casa seguem inexplicáveis. Ontem,
aconteceu de novo. Na primeira meia hora, se o Palmeiras tivesse liquidado a
partida com um, dois, três gols, não seria absurdo. Foi sorte ter ficado só no 1 a 0 de Cleiton Xavier, de cabeça, na paralisia total da defesa. A partir do empate de Maxi López, aos 31 minutos, o Grêmio estancou mais uma atuação desastrosa e virou o contexto da partida.
Autuori classificou o segundo tempo de igual, mesmo salientando as duas defesas salvadoras de Marcos. Discordo. O Grêmio merecia ter vencido.
Sobretudo a partir do ingresso de Rafael Marques no lugar de Thiego, passando Túlio para a lateral-direita.
Ali o Grêmio abriu o campo pelos dois lados, melhorou o seu desempenho e ganhou consistência ofensiva, tornando-se menos previsível. O que mostra o equívoco de não possuir no grupo um lateral-direito de ofício capaz de assumir a posição, algo já repetido mais de uma vez por esta coluna.
O fato de terminar o jogo melhor do que o Palmeiras deve ser
visto com ressalvas.
Contra o São Paulo, depois de sair
perdendo por 2 a 0, o Grêmio descontou com Tcheco, de pênalti, e assumiu o controle das ações. O jogo acabou com pressão azul no Morumbi.
A rigor, apenas contra o Avaí o Grêmio foi mal do início ao fim. Nas outras vezes distante do apoio da torcida, as oscilações abruptas matam o time. Qual a explicação para uma primeira meia hora tão horrível como a de ontem? E contra o Barueri, como será o Grêmio: o da primeira hora ou o do segundo tempo do Parque Antártica?
É uma resposta que o Grêmio precisa responder de forma positiva o quanto antes. O tempo — e o campeonato — estão passando.
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