| 29/07/2009 03h15min
D’Alessandro passou a ser um problema no Inter. O meia foi afastado dos treinos com o grupo por ordem da direção, após desacatar Tite, no intervalo da derrota para o Botafogo, no Engenhão. Substituído por Giuliano, depois de um primeiro tempo ruim, ele reclamou com veemência do técnico. Não está descartada a transferência de D’Alessandro na janela de agosto. Neste clima, em queda no Brasileirão, e “em estado de emergência”, o Inter recebe o Barueri, hoje, às 21h, no Beira-Rio.
Maior investimento do Inter desde Nilmar, o argentino custou US$ 5 milhões (valor dividido com o investidor Delcyr Sonda), comprado ao Zaragoza. Com a saída do atacante, ele passou a ser o maior salário do clube: representa R$ 250 mil mensais de uma folha de R$ 4,3 milhões. Dono de passaporte comunitário, ele ainda teria mercado em clubes médios da Europa. Além disso, abriria vaga para a contratação de um novo estrangeiro pelo Inter.
No Beira-Rio, o argentino repete a sua trajetória em alguns
clubes. Saiu em conflito
do Wolfsburg (ALE) e do Zaragoza (ESP). No time espanhol, em outubro de 2007, o meia discutiu com o técnico Victor Fernandéz, depois de alegar que o treinador privilegiava alguns jogadores – discutiu também com o compatriota Aimar, que seria um dos beneficiados por Fernandéz. D’Alessandro foi afastado da equipe e, em seguida, acabou cedido ao San Lorenzo.
D’Ale estaria criticando o trabalho do técnico Tite
O incidente do Engenhão foi definitivo para que Fernando Carvalho decidisse por sua saída do grupo. D’Alessandro também estaria criticando Tite sempre que não atuava, como diante do São Paulo, quando começou na reserva e entrou aos 31 minutos do segundo tempo, já com o empate paulista.
Mesmo ciente de que D’Alessandro deverá ter a pena de 60 dias revertida para quatro ou cinco jogos de suspensão no julgamento no Pleno do STJD, amanhã, a direção entendeu que o jogador precisava de “uma chamada pública”, a fim de se
readequar ao grupo, além de servir como exemplo
para os demais descontentes. Daí, a ideia de que o meia realizasse uma pré-temporada forçada.
Ontem, Tite negou-se a falar sobre o caso. Comentou já ter passado por situações mais críticas do que a atual na carreira e, questionado sobre se D’Alessandro voltaria a ter chances na equipe – mesmo após o período de recondicionamento físico –, o técnico primeiro respirou, pensou por alguns segundos e, depois, foi evasivo:
– Ele é um atleta do clube, conto com todos.
Pela manhã, em seu primeiro dia de treinos físicos, D’Alessandro trabalhou com o preparador Fábio Mahseredjian e o zagueiro Álvaro – que, suspenso, não enfrentará o Barueri. Foi aplaudido por diversos meninos que acompanharam a sua corrida no campo principal, distribuiu autógrafos e foi solícito com todos. Talvez numa tentativa de recuperar o status perdido no clube. À tarde, passou 30 minutos em conversa com a assistente social Bernardete Guichard. Depois, mesmo negando entrevistas, brincou
com os repórteres.
– O
Fernando (Carvalho) já falou, o Fábio (Mahseredjian) já falou, todos falam. Eu treino de manhã e de tarde, é isso – disse, entrando em seu New Beatle preto e deixando o estádio.
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