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 | 24/07/2009 05h10min

Maxi López na seleção argentina: é possível?

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

 Valdir Friolin










Dia destes, entusiasmado com a boa fase no Grêmio, Maxi López disse que sonha com uma convocação para a seleção argentina. El Tanque, apelido que ganhou ao estrear no River Plate aos 17 anos, em 2001, por conta do tipo físico, nunca foi chamado para o time principal do seu país. Embora tenha no currículo 29 partidas pelas categorias de base da AFA, a CBF de lá. Bem, mas vamos à frase do novo xodó da torcida, que já anda provocando ciúmes em Tcheco conforme as declarações de ontem do capitão:

— Minha cabeça está em conseguir coisas importantes aqui no Grêmio. Se fizer isso, o técnico da seleção argentina (Maradona) estará de olho. Se acontecer a convocação, será bem vinda.

Me pareceu presunçoso Maxi abordar o assunto com tanta seriedade, como se o chamado de Maradona fosse uma questão de tempo. A sua passagem pela Europa (Barcelona, Mallorca e FC Moscou) foi quase nula, e o sucesso no Grêmio ainda é recente. Chance zero de convocação, pensei.

Pois ontem um jornalista argentino que passou o dia em Porto Alegre me disse que essa possibilidade não é tão absurda assim. E explicou o motivo.

Cláudio Alvarenque (foto) é um conhecido repórter do Canal 13, uma das maiores emissoras de TV da Argentina. Passou dois dias em Porto Alegre, ele e o cinegrafista Simon Leguiza. Veio entrevistar Maxi e a mulher, Wanda Nara, casal celebridade para os hermanos. Como a mulher do centroavante falou à Rádio Mitre e ao portal de notícias Primícias Ya denunciando ter sido vítima de uma suposta tentativa de sequestro, o Canal 13 mandou uma equipe investigar o caso em Porto Alegre.

Relembrando, a título de contexto: Wanda pediu para seguir um táxi das imediações do Shopping Iguatemi e, durante o trajeto até o Olímpico, assustou-se ao passar por uma vila da qual não lembra o nome, deu meia-volta e fugiu. Foi quando a bela modelo e atriz loira calculou que poderia estar sendo vítima de uma tentativa de sequestro.

Bem, aproveitei para conversar com o repórter argentino sobre Maxi e a seleção argentina. Haveria alguma possibilidade de Maradona convocá-lo? A resposta de Alvarenque, do Canal 13:

— A imprensa argentina cobra de Maradona a convocação de ao menos um centroavante de área. Aquele jogador de referência, alto, cabeceador, com força física. Que jogue, claro, mas que tenha força física. Hoje, temos Diego Milito e Maxi com este perfil. Fala-se mais em Milito e menos em Maxi. Mas fala-se em Maxi. Vai depender da sequência dele no Campeonato Brasileiro. Hoje só temos atacantes baixinhos: Tévez, Messi, Aguero.

Diego Milito tem 30 anos. Joga na Inter, de Milão. Não é alto como Maxi. Diego tem 1m80cm, dez centímetros a menos do que o marido de Wanda. Grandes conquistas da Argentina tiveram um centroavante de referência, com imposição física.

O cabeludo Mario "El Matador" Kempes, na Copa de 1978. Tinha habilidade, mas marcou um gol na final contra a Holanda trombando com meio time de laranja. Media 1m82cm. Jorge Valdano e seu 1m88cm no bi mundial de 1986. Mais recentemente: Batistuta, exímio cabeceador de 1m85cm.

Não que Maxi seja da linhagem de Kempes, Valdano ou Batistuta. Não é. Estes eram craques. Maxi é um bom e útil atacante. Mas o centroavante do Grêmio não está tão distante assim de Milito. Se continuar em ascensão no Brasil, como diz o argentino do Canal 13, não é improvável que receba uma chance, dentro do contexto de dar a Maradona a opção do centroavante de referência e imposição física.

O sonho de Maxi pode não ser tão exótico assim.


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