| 20/06/2009 19h52min
Depois de cinco anos, a diretoria do São Paulo volta a fazer uma aposta para a direção do time profissional. Depois de Cuca em 2004, que havia feito um bom trabalho no Goiás na temporada anterior, a aposta agora é no ex-jogador Ricardo Gomes, 44 anos, que chega após campanha modesta à frente do Monaco no Campeonato Francês (11º lugar), e depois de um longo período fora do Brasil.
O treinador chega com a responsabilidade de substituir Muricy Ramalho, quarto técnico que mais dirigiu o São Paulo na história do clube, e único a conquistar três títulos brasileiros consecutivos na história e pelo São Paulo. Juvenal Juvêncio não resistiu à pressão da diretoria, insatisfeita com o quarto fracasso seguido do time na Libertadores, e resolveu mudar o cargo.
No currículo, Ricardo Gomes tem a seu favor a longa vivência internacional. Ele estava dirigindo equipes francesas desde 2005, mesmo sem grande sucesso. No Brasil, ele não teve muito êxito nos clubes que comandou. Sua última experiência foi no Flamengo, em 2004, ano em que também comandou o Fluminense.
– Ele foi atleta premiado, de Seleção Brasileira, técnico do PSG, Bordeaux, Monaco, está sendo pretendido pelo Benfica, tem postura e acreditamos mesmo que ele possa seguir este trabalho vitorioso iniciado pelo Muricy – elogiou Juvenal Juvêncio, no fim do seu pronunciamento ontem, após anunciar o acerto.
Ricardo Gomes deixou o comando do Monaco há pouco mais de um mês e vai assinar por um ano com o São Paulo (até meados de 2010). Sua apresentação está prevista para terça-feira de manhã, no CT. Esta é a primeira passagem do treinador na capital paulista, em 13 anos de carreira. Ele dirigiu o Guarani em 2001, na única oportunidade no estado. Ele também esteve à frente da Seleção olímpica, que fracassou no Pré-Olímpico-2004 e não disputou os Jogos Olímpicos de Atenas, neste mesmo ano.
Pergunta: Como foi o acerto com o São Paulo? Já tem data para se apresentar ao novo clube?
Ricardo Gomes: Não acertei tudo ainda, mas há uma grande chance. Vamos ter uma reunião na segunda e (o acerto) vai acontecer. Vontade existe das duas partes, mas prefiro aguardar esta reunião, porque falar após fechar alguma coisa por telefone não é muito legal.
Pergunta: Quando você recebeu o primeiro contato do São Paulo?
RG: na sexta-feira no fim do dia os dirigentes do São Paulo me ligaram e perguntaram sobre a possibilidade de eu permanecer no Brasil, porque estou aqui há duas semanas de férias (depois do término da temporada na França). A partir daí começamos a conversar. Hoje de manhã eu já tinha uma opinião formada, eles também e houve o acerto entre as duas partes.
Pergunta: Você estava fora do Brasil desde 2004, quando dirigiu o Flamengo, como é voltar ao país depois deste longo período?
RG: Estou satisfeito, tenho a oportunida de voltar ao Brasil em um grande clube. Eu estava bem na Europa, mas a minha família tinha ficado aqui no país. Então, várias coisas aconteceram juntas, que são benéficas para o meu retorno agora, após cinco anos.
Pergunta: É mais complicado chegar em um time que é o atual tricampeão brasileiro, para assumir no lugar do técnico que conquistou estes títulos nos últimos anos?
RG: Um grande desafio. Assumir um time brasileiro é uma coisa complicada, assumir um time tricampeão brasileiro é mais complicado ainda. Um grande desafio. Mas, ao mesmo tempo, o São Paulo me dá condições de trabalho, e já há também todo um trabalho do Muricy, de três anos e meio, um trabalho histórico que foi feito, que já dá uma base para o treinador que chega. O trabalho deve ser sempre valorizado, porque foi histórico.
Pergunta: Você está ciente de que vai ter um desafio pela frente, com muita cobrança e comparações?
RG: Claro, mas o técnico que não quer pressão, não pode ficar nesta profissão. É uma tarefa difícil, porque é uma coisa que tem de ser realizada com qualidade. É sempre bom chegar antes dos campeonatos para preparar os times, mas analisando aquilo que o Muricy fez, os títulos, dará para se ter uma ideia do trabalho que foi feito e do clube que é o São Paulo. E aí temos de dar continuidade neste projeto.
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