| 19/06/2009 14h10min
Tenho escutando algumas críticas à venda dos volantes Tiago Dutra e, especialmente, Bruno Renan para o Villarreal, com o propósito de arrumar a toque de caixa o dinheiro exigido pelo PSG por Souza. Discordo. E passei a discordar mais ainda depois do que vi o Cruzeiro produzir ontem à noite contra o São Paulo no Morumbi, mesmo sem Ramires, nos 2 a 0 que fizeram do time de Adilson Batista o inimigo do Grêmio na semifinal.
De Tiago Dutra, não posso falar muito. Vi jogar poucas vezes. De Bruno Renan, sei mais. De fato, é uma promessa.
Sem cometer o pecado do exagero, seu estilo assemelha-se ao de Lucas. Defende, sabe jogar e quase não erra passe. Nas divisões de base do Grêmio e da CBF, ao menos, é assim. Como seria Bruno Renan na hora de ascender
ao time principal? Bem, aí é já é outra história. É onde quero
chegar.
Há dezenas de casos de craques da base que, no contato com o mundo profissional, tornam-se medianos. Ou até menos que isso. Então, não se pode afirmar agora, neste instante, junho de 2009, com absoluta certeza, tratar-se de um erro abrir mão de Tiago Dutra e Bruno Renan, ambos com 18 anos.
Agiram bem os dirigentes. Com os dois milhões de euros do negócio com os espanhóis, o Grêmio manterá Souza.
É um risco receber tão pouco por dois jovens talentos que, logo ali adiante, podem estourar na Europa? Claro que é. Mas não havia outra alternativa. Era isso ou abrir mão de Souza faltando quatro jogos para o tri da Libertadores. Souza não é craque, é óbvio, mas tente imaginar o time do Grêmio sem ele. Não fica dramaticamente pior?
Pode ser que o futuro me desminta. Mas o futuro vem depois da Libertadores. Antes, é preciso vencê-la.
O Grêmio
precisava mesmo enlouquecer um pouco. Só com frieza e racionalidade não se conquista a
América.
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