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 | 16/06/2009 21h50min

As histórias de colorados que largaram tudo para estar no Pacaembu

Marcus e Thiago são dois dos 2,5 mil torcedores que vão apoiar o Inter nesta quarta

Uns economizam para ir de avião, outros passam um dia inteiro na estrada, todos deixam para trás algum compromisso. Tudo para torcer pelo Inter. Confira as histórias de dois dos 2,5 mil colorados que estarão ao lado do time nesta quarta, contra o Corinthians, a mais de mil quilômetros do Beira-Rio, na primeira partida da final da Copa do Brasil:

Marcus, o veterano em viagens

Aos 38 anos, o bancário Marcus Vinícius da Cruz já perdeu as contas de quantas viagens fez para ver jogos do Inter. Até no Japão, durante o Mundial de Clubes, ele esteve. Foi também a Buenos Aires, La Plata, Rosario, entre outras. Nesta Copa do Brasil, já marcou presença nas quartas de final, no Maracanã, e na semifinal, no Couto Pereira. No próprio Pacaembu, local da final, esteve no mês passado, assistindo à estreia no Brasileirão, quando o gol antológico de Nilmar fez valer todo o investimento da viagem.

Como já estourou a cota de folgas a que tem direito anualmente, Marcus fará uma gincana para estar na decisão desta quarta. Trabalhará até as 16h, pegará o avião no fim da tarde, assistirá ao jogo e voltará na madrugada, chegando por volta das 5h de quinta.

Marcus não participa de excursões. Viaja por conta própria, com um amigo, e economiza pesquisando preços na internet com antecedência. Conta que, desta vez, vai a São Paulo por R$ 89 e volta usando milhas acumuladas. No Japão, enquanto a maioria dos torcedores pagava diárias de US$ 150 em um hotel, ele se hospedou em um albergue, a US$ 17 por dia. Ele se orgulha de suas raízes populares e de pagar barato para acompanhar o Inter.

— Eu sou do tempo da coreia. Se a coreia estivesse aberta, eu veria os jogos de lá até hoje. Como não está, vou na inferior, e fico de pé o jogo todo. Não consigo torcer sentado — afirma.

Apesar de ter tido problemas com corintianos no Pacaembu, no jogo pelo Brasileirão, Marcus não teme represália das torcidas adversárias. Casado há 19 anos, conta com a compreensão da mulher, Elba:

— Eu falo para ela: "Se eu morrer no jogo do Inter, eu vou morrer feliz". Ela entende.

Thiago, o pé-quente em finais

Já o vendedor e estudante de Turismo Thiago Leão Freire, 22 anos, resolveu encarar 20 horas de chão até a capital paulista. Ele trabalha com o pai, o que facilitou para conseguir folga. Na faculdade, já avisou aos professores que faltaria aulas nesta semana. Tudo para viajar com uma excursão que partiria do Beira-Rio às 20h desta terça, com previsão de chegada no fim da tarde de quarta, e retorno começando na madrugada, após o jogo.

— É o Inter, tem que dar um jeito — diz.

Ainda mais em se tratando de uma final de campeonato. Quando o assunto é decisão e o Inter está envolvido, Thiago está lá. Foi assim no Morumbi, contra o São Paulo, na Libertadores 2006, e em La Plata, contra o Estudiantes, na Sul-Americana 2008.

— O mais legal é o clima de dominar o estádio adversário. Ver eles parados, te olhando. Saber que tu és minoria, mas fez eles te ouvirem... — conta.

Nas duas ocasiões anteriores, o Inter venceu a partida fora de casa, retrospecto que enche Thiago de confiança. Mas desta vez ele nem faz questão de um resultado tão bom no primeiro jogo. Aposta em um "empatezinho" no Pacaembu, para levar a decisão do título para o Beira-Rio.

 

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Arquivo Pessoal      / 

Thiago Freire (E), acompanhado por Roberto Ducatti em uma das suas finais vitoriosas: 1 a 0 sobre o Estudiantes em La Plata
Foto:  Arquivo Pessoal


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