| 03/06/2009 04h37min
Paulo Autuori aguarda com ansiedade o cruzamento com um time brasileiro na Libertadores. Caso elimine o Caracas, dia 17, no Olímpico, pelas quartas de final, o Grêmio terá São Paulo ou Cruzeiro pela frente. Por coincidência, Autuori já venceu a competição pelos dois clubes – Cruzeiro, em 1997, e São Paulo, em 2005.
– Estou seco, estou doido que esses jogos aconteçam logo – anima-se o treinador, para quem as partidas contra brasileiros terão o valor de uma final antecipada do torneio.
Diferentemente de Celso Roth, que dizia não ler jornais, nem assistir a programas esportivos, Autuori admitiu estar atento aos comentários sobre sua equipe. Ontem, com um sorriso, ele desdenhou da desconfiança quanto ao potencial do Grêmio, ampliada depois da derrota para o Vitória-BA, domingo. Citou o fato de o time ter a melhor campanha até agora para acreditar que é possível passar por Cruzeiro ou São Paulo, adversários considerados superiores.
– Por que não? Uma coisa
é o que os analistas falam, outra é
quando as equipes se enfrentam. Se precisarem nos enfrentar, eles também ficarão preocupados – disse o técnico, com ar de desafio, apesar de reconhecer que ainda falta ao Grêmio um teste mais forte na Libertadores.
Autuori promete não usar a falta de reforços como desculpa para eventuais fracassos. Para ele, seria “hipocrisia” valer-se de tal argumento, já que sabia das condições do grupo ao assinar contrato. É certo, também, que a desconfiança dos críticos e de parcela da imprensa será usada como fator motivacional.
– Não sou de colocar recortes de jornais nas paredes do vestiário. Mas, como gestor de grupo, acho ótimo o que está acontecendo – diz.
Autuori deu fim a bate-boca de Maxi López e Souza
A discordância entre Maxi López e Souza terminou no vestiário, durante uma reunião com o técnico. Domingo, em entrevista a uma rádio baiana, o argentino havia se queixado de isolamento na ataque. No dia seguinte, suas
declarações foram consideradas antiéticas pelo meia.
–
Discutimos a questão olho no olho, no lugar certo, com as pessoas certas – revelou Autuori, que considerou “coisa natural” o desentendimento. Ele evitou tomar partido de um ou outro jogador. Ainda assim, uma de suas frases parece conter um recado direto a Maxi López.
– É preciso ter autocrítica. Será que trabalhamos bem e seguramos a bola quando ela chegou à frente ?– perguntou.
Reivindicado pela torcida, Douglas Costa seguirá como alternativa no banco de reservas. Autuori diz entender a ansiedade pela escalação do meia, de 18 anos. Lembrou, no entanto, que, por vezes, um jogador passa de solução a contestado em “três ou quatro jogos”.
Autuori faz cara de espanto ao comentar que não está preocupado com a pressão e usará a desconfiança dos críticos e da imprensa como fatores motivacionais
Foto:
Mauro Vieira
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