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 | 29/05/2009 19h52min

Coordenador da base explica fracasso dos juniores do Grêmio

Julio Soster disse que a renovação do grupo foi fundamental para mau começo de ano

Vinicius Rebello  |  vinicius.rebello@rbsonline.com.br

O sétimo lugar em um torneio na Holanda e a eliminação precoce na primeira fase do Gauchão de 2009 acendeu o sinal de alerta na comissão técnica do time de juniores do Grêmio. O fracasso no começo da temporada sequer de longe lembra o ano passado, onde o clube conquistou dois dos três mais importantes títulos da categoria no futebol brasileiro - A Taça BH de Futebol Junior e o Campeonato Brasileiro Sub-20.

Para o coordenador da base do Grêmio, Julio Soster, a ascensão dos principais jogadores do ano passado ao grupo principal foi fator determinante para as eliminações em 2009:

– Todos os jogadores que faziam a diferença no ano passado subiram para os profissionais. Roberson, Saymon, Maylson, Douglas Costa. Todos estão nos profissionais. È um ciclo de jogadores que terminou e outro que está iniciando. Mas nosso grande propósito continua sendo colocar jogadores no time principal, e isto vêm acontecendo – explicou o coordenador das categorias de base do Grêmio.

No Torneio de Terborg, na Holanda, foram cinco jogos dos meninos do Grêmio. A única derrota foi contra o Liverpool, da Inglaterra. O time empatou com o Ajax, que se sagrou campeão, e com a Seleção do Egito. Venceu o PSV e o Feyenoord.

Depois de uma longa viagem de retorno ao Rio Grande do Sul, o time entrou em campo no dia seguinte para o jogo decisivo contra o Cerâmica. Os juniores do Grêmio ganhavam, com um a menos desde os 35 minutos do primeiro tempo, até os acréscimos da segunda etapa. O resultado garantiria a classificação. Foi quando a equipe de Gravataí marcou o gol do empate que decretou a eliminação gremista do Gauchão

– Nós chegamos de um torneio na Holanda e já tivemos que entrar em campo no dia seguinte. Tentamos adiar em 24 horas a partida, mas a Federação Gaúcha não autorizou. Faltou sensibilidade, sem dúvida alguma. Jogamos cansados porque a Federação não aceitou a mudança de data da partida contra o Cerâmica. Tomamos um gol de canela nos descontos do segundo tempo – revelou Soster.

Trabalho de Autuori na base ainda não iniciou

Contratado para gerir o futebol do Grêmio como um todo, o técnico Paulo Autuori ainda não teve tempo para se dedicar às categorias de base do clube. Julio Soster garante que não teve nenhum contato com o novo comandante.

– Ele chegou em um dia de viagem e eu embarquei no outro. Ainda não tivemos tempo para conversar. Vai haver uma sintonia muito forte entre o profissional e a base. Já existe, mas ele vai acentuar isto para trazer mais proveito para os profissionais – garante Julio Soster.

As eliminações do time junior no início de 2009 surgiram em um momento delicado para as categorias de base do clube. Julinho Camargo e Rodrigo Caetano, duas pessoas que trabalhavam há muito tempo com os jovens tricolores, deixaram o Estádio Olímpico.

– Rodrigo Caetano e Julinho Camargo são peças importantes em qualquer clube. Mas a saída deles não foi decisiva para as derrotas. O resultado não está em pessoas e sim em propostas. Estamos passando por um período de transição – disse Soster.

Novas promessas

Autuori deve realizar nos próximos dias uma avaliação para ver se algum atleta revelado nas categorias de base pode servir ao grupo de profissionais do Grêmio. O treinador pode encontrar bons atletas para as laterais e para o ataque, duas das posições mais carentes do time de cima:

– O lateral-direito Sérgio e o esquerdo Bruno Colaço estão ainda no primeiro ano de juniores, mas são duas promessas muito boas. Também tem o Thiago Santos para a direita. No ataque, o centroavante Wesley também tem muito futuro – falou Soster, que também destacou o meia Pessali, o volante Bruno Renan e o zagueiro Nílton.

Destaque na Copa São Paulo de juniores em janeiro, Wesley teve o passe adquirido pelo Tricolor junto ao Sertãozinho logo após a competição. O jogador de 19 anos assinou um longo contrato com o Grêmio e tem tudo para se tornar um grande jogador, segundo Julio Soster:

– Ele tem todas as ferramentas para ser um grande jogador. É um jogador que sabe fazer a parece, fazer o giro. Tem muita força. Ele tinha dificuldade de segurar a bola perto do corpo, mas isto já está superado. Ainda precisa evoluir nas conclusões. O Wesley saiu de uma cidade pequena e veio para Porto Alegre. A adaptação social também demorou um pouco. Mas está evoluindo.

Nos próximos meses, o Grêmio disputa um torneio na Itália onde grandes clubes, como o Milan, já confirmaram presença. No começo do segundo semestre, o time buscará o bicampeonato da Taça BH.

 

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