| 06/05/2009 14h10min
Por trás dos jogos desta noite de Grêmio e Inter há um mito que, aos poucos, vai agonizando. Só não dá para dizer que morreu de vez por precaução. O futebol é cheio de armadilhas e não vale a pena arriscar. Mas aquela história de gangorra Gre-Nal não existe mais. Pelo menos não nos termos mitológicos.
Um mantra se repetiu por muito tempo, e por muito tempo teve nexo com a realidade. O triunfo de um estava ligado, necessariamente, ao desterro do outro. Hoje não é mais assim.
O Grêmio vai jogar fora de casa pela Libertadores contra o San Martín, mas ninguém aposta um centavo nos peruanos em Lima. O clima é bom, a torcida está confiante e nem o fato de o técnico Marcelo Rospide ser interino tira a justa empolgação gremista com a melhor campanha da primeira fase.
O Inter, depois de ganhar fora de casa nos Aflitos,
apenas projeta se vai enfrentar Fortaleza ou Flamengo nas
quartas-de-final, enquanto ouve elogios do país inteiro ao seu futebol envolvente e de muitos gols. Ou alguém acredita em reversão dos 3 a 0 sobre o Náutico?
Para existir gangorra, um precisa estar no chão. Os dois estão no alto. Trata-se de um evento fantástico. E não é de hoje. Em 2006, o Inter foi campeão da Libertadores e do Mundial. O Grêmio, em vez de mergulhar na depressão profunda, chegou em terceiro no Brasileirão e garantiu vaga na Libertadores.
Em 2007, o Grêmio foi até a final da Libertadores, mas nem por isso o Inter sentou-se no meio-fio para derramar lágrimas e faturou a Recopa Sul-Americana. No ano passado, o Grêmio se manteve na zona da Libertadores até a última rodada e terminou vice-campeão, enquanto o Inter poucas vezes habitou esta faixa. Mas, de novo, nada de choro. Ao contrário: vieram sorrisos com a Sul-Americana.
Este ano apenas confirma esta nova realidade. Inter e Grêmio ingressaram na fase da maturidade. Conseguem
trabalhar sem influência do desempenho
rival. É por isso que a noite reserva alegrias para colorados e gremistas, como tem sido nos últimos anos.
A gangorra Gre-Nal, agora, é peça de museu.
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Leia os textos anteriores da coluna No Ataque.
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