| 23/04/2009 22h08min
Distante do Grêmio, mas por dentro do que acontece no clube, o ex-presidente Fábio Koff acredita que a demora em anunciar o novo treinador não vai prejudicar a equipe na Copa Libertadores, pois todos estão unidos e focados no objetivo da temporada.
– Pelo que eu sei, o grupo está fechado com a solução adotada pela diretoria e está unido. O Grêmio pode ter esperança na Libertadores, sim. Esse episódio (do técnico) não é o melhor, mas não vai desestruturar a unidade do Grêmio – analisa.
Quando Celso Roth foi demitido, Fábio Koff deu entrevistas revelando que gostaria de ver Renato Gaúcho no comando da equipe gremista. Em seguida, a direção do clube anunciou que tinha convicção em Paulo Autuori, e que esperaria pela liberação do treinador do Al-Rayyan, no Catar. Hoje, Koff garante que concorda com as decisões tomadas pela diretoria.
– Quem está envolvido com o futebol tem que ter convicção no que faz. Eu dei um palpite como torcedor que não está vivendo o ambiente de vestiário e tem ido a poucos jogos, muito embora tenha falado com as pessoas do Grêmio, com o presidente e o Kriger com frequência. A convicção do departamento de futebol é que o treinador adequado para o momento é o Paulo Autuori, tudo bem – resume.
– Eu entendi, naquele momento, que a situação do Grêmio deveria ser solucionada de pronto. E o Renato, por representar um ícone na história do clube, poderia restabelecer o traço de união com a torcida, devolvendo ao Grêmio a identidade de brigador, mobilizado, superando qualquer dificuldade – completa.
Depois de conversar com o presidente Duda Kroeff e o vice de futebol André Krieger, Koff diz que mudou de ideia.
– Tão logo eu falei com o Krieger e com o Duda, não mais como torcedor, compreendi as opções deles e fecho com qualquer decisão que eles venham a tomar – afirma. – A opção tomada por convicção, no futebol, é a melhor – acrescenta.
Koff acredita que o Grêmio pode ir longe nesta Libertadores, pois, na opinião dele, as equipes que disputam a competição neste ano não apresentam muitas dificuldades.
– O Grêmio pode não passar de uma equipe regular, mas não é inferior a nenhuma das equipes que estão jogando a Libertadores neste ano. O Grêmio tem condições sim de avançar, embora o ideal fosse já ter um treinador. Mas quem está substituindo está dando conta – avalia.
Situação parecida em 1976
O presidente do Clube dos 13 viveu uma situação parecida com a atual em 1976. Fábio Koff era vice de Hélio Dourado quando fez um acordo verbal com Telê Santana. A negociação foi fechada em junho daquele ano, e o treinador só chegou ao Olímpico em setembro.
– Em 1976 eu vivi uma situação parecida. Eu era vice de futebol do presidente Hélio Dourado e fiz um acordo verbal com o Telê, que tinha compromisso com Botafogo e não podia sair no momento. Eu fiquei aguardando por quase todo o primeiro turno e parte do segundo turno do Gauchão com um treinador provisório. Acertei com ele em junho e o Telê só veio em setembro. Mas cumpriu sua palavra. Eu tinha convicção de que ele era o treinador adequado – lembra.
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