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 | 11/04/2009 15h53min

Inter de Tite tenta repetir o de Minelli, campeão gaúcho invicto em 1974

Time sofreu apenas dois gols na conquista histórica do hexa gaúcho

GUILHERME FISTER  |  guilherme.fister@zerohora.com.br

Se passar pela Ulbra neste domingo, às 19h, no Beira-Rio, o Inter fica a um jogo de repetir um feito: ser campeão gaúcho invicto. É verdade que a campanha não será tão perfeita quanto a do antecessor, o time de 1974, que venceu os 18 jogos do campeonato e sofreu apenas dois gols.

Aquela conquista histórica do hexa gaúcho foi a prévia do que estaria por vir no ano seguinte. O inédito título brasileiro chegaria com o chamado gol iluminado, a cabeçada de Figueroa que levou a equipe à vitória de 1 a 0 sobre o Cruzeiro.

Um ano antes, porém, o Inter aterrorizava os times do Interior e o Grêmio com atuações impecáveis. Além do chileno, nomes que marcaram época no clube, como Manga, Falcão, Carpegiani, Valdomiro e Escurinho, comandados pelo então recém-chegado Rubens Minelli, que substituía Dino Sani, estavam no grupo.

Além da reunião de muitos craques, o segredo da equipe era o esquema inovador aplicado por Minelli: todos corriam, todos marcavam. Inclusive os atacantes Lula e Sérgio Lima, que colavam nos zagueiros adversários.

— Aquele time tinha uma capacidade física extraordinária, essa era a grande vantagem. Adorávamos aquela marcação. Matávamos o jogo rapidinho — lembra Falcão.

Com tamanha aplicação, o Inter sofreu apenas um gol em cada turno. Manga manteve uma invencibilidade de 10 jogos, mais de mil minutos sem sofrer gols. As rádios ofereciam prêmios para o jogador que conseguisse vencê-lo. Quando isso aconteceu, na vitória por 2 a 1 sobre o Inter-SM, em Santa Maria, o goleiro de 37 anos ficou furioso. Invadiu o vestiário reclamando para Minelli.

— Ele disse: "Ô, chefe, essa defesa é muito ruim" (risos). O Manguinha era uma figura — conta Valdomiro.

Valdomiro torce de coração pelo time neste domingo

A irreverência do goleiro era um reflexo do futebol contagiante que o time apresentava em campo. Falcão não recorda de ver Minelli em pé, passando instruções ao time, em nenhum dos jogos daquele campeonato. A ideia era clara e simples: ter alegria jogando futebol.

— Hoje, o Barcelona é um time que se diverte. É sério, objetivo, que joga para frente, mas leve — analisa Falcão.

Trinta e cinco anos depois, o vestiário do Beira-Rio vive a mesma expectativa. Agora, com o objetivo claro de conquistar o Campeonato Gaúcho sem os jogos finais, a conquista invicta de um campeonato é algo que todos os jogadores gostariam de ter no currículo.

— Isso só valoriza o título. Ficaria marcado repetir o feito — diz Nilmar.

Valdomiro, ponteiro-direito do time de 1974, acompanha com alegria o atual momento do Inter. Para ele, o clube voltou aos bons tempos:

— Eles estão vestindo a camisa com orgulho. Estou torcendo, de coração, para essa gurizada ganhar o título invicto. Eles merecem.

ZERO HORA
 

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