| 09/04/2009 21h46min
O Grêmio segue sem técnico e aguardando que Paulo Autuori convença o xeque dono do Al-Rayyan a liberá-lo imediatamente para retornar ao Brasil. Os dirigentes garantem que não há um Plano B. Ainda que a torcida tenha gritado o nome de Renato Portaluppi na recente vitória sobre o Aurora, um acerto com o ídolo não seria tão fácil quanto parece.
Renato é credor de R$ 1,1 milhão do Grêmio, e gostaria que a dívida fosse quitada antes de um possível acerto para treinar a equipe. De férias, Renato passou a tarde de ontem com amigos na praia de Ipanema, no Rio.
Nessa quarta-feira, um emissário do clube teria conversado com o ex-jogador. Escutou dele que o acerto para
voltar ao Olímpico teria que passar obrigatoriamente pelo
pagamento de parte do débito.
No final dos ano 90, o clube recorreu a Renato para saldar antigas dívidas. O ex-jogador emprestou dinheiro à direção e, em troca, recebeu parte dos passes de Tinga e de Ronaldinho. Até o ano passado, ele não havia sido ressarcido.
Quase ao final de 2008, Renato foi convidado para uma reunião na casa do então vice de finanças Tulio Macedo. Após uma longa negociação, Renato e seu advogado aceitaram receber parte dos valores devidos, ingressar no condomínio de credores do clube e suspender a ação que corria na Justiça para reaver o dinheiro emprestado ao Grêmio.
Através do condomínio – que depende principalmente da venda de jogadores para pagar dívidas –, Renato receberia o que lhe é devido em um prazo de até três anos e meio. Além disso, o acerto imediato de Renato com o Grêmio seria dificultado por uma interferência do Flamengo. O técnico foi procurado por dirigentes do clube carioca.
Querem contar com
o treinador para a disputa do Brasileirão, que
começa em 13 de maio, no lugar de Cuca – que seria dispensado após a disputa do Campeonato Carioca.
Os dirigentes do Grêmio desmentem rumores de que haja restrições internas ao trabalho do técnico. Mas também não fazem comentários entusiasmados sobre seu trabalho.
— Renato é um técnico em crescimento. Quem sabe não é o momento dele? — limitou-se a dizer ontem o diretor de futebol Luiz Onofre Meira.
Mas a prioridade do Grêmio segue sendo Autuori. O clube aguardará até segunda-feira por uma definição. Autuori terá um terceiro encontro com o xeque Abdullah bin Hamad Al Thani para que haja uma saída imediata do clube.
Caso ele não seja liberado de seu contrato com o time do Catar, um Plano B terá que ser colocado em prática. Com pouco tempo para desembarcar um novo técnico em Porto Alegre, o interino Marcelo Rospide comandará o time no decisivo jogo da próxima quarta-feira, contra o Universidad de Chile, em Santiago, pela
Libertadores.
Ontem, através de sua assessoria de
imprensa, Autuori divulgou nota informando que o empresário Rodolfo Forte não está autorizado a falar em seu nome – Forte havia declarado que o técnico não deixaria o Catar antes de 28 de maio.
– Não tenho representante no Golfo e apenas minha assessoria de imprensa tem o aval para dar informações sobre mim. Ainda não me pronunciei em respeito ao Al-Rayyan e ao Grêmio e vou dar os devidos esclarecimentos no momento oportuno. Meu contato com a imprensa sempre foi franco e direto. Se não me pronunciei até o momento, é porque não há nada definido. Só não posso deixar pessoas que nada têm a ver comigo falarem em meu nome – informou Autuori.
Técnico passou a tarde desta quinta-feira com amigos na praia de Ipanema, no Rio
Foto:
Wallace Barbosa, Especial
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