| 19/03/2009 03h27min
A família do zagueiro Mário Fernandes, 18 anos, negou que ele esteja com problemas psicológicos. O mistério sobre o desaparecimento do jogador terminou na terça-feira à noite, quando foi encontrado extenuado e com fome, em Jundiaí, interior de São Paulo, quatro dias após ter saído de Porto Alegre sem avisar clube e familiares. Mas ninguém sabe a razão da fuga.
Priscila Avellan, prima de Mário, passou o dia com a família do zagueiro, em São Caetano do Sul. Ontem, por telefone, ela negou a existência de problemas mentais. Disse, inclusive, que Mário ouviu notícias a respeito. E teria ficado irritado.
– É que o Mário é um menino muito jovem, bom, simples, de família. Ele nunca tinha viajado sozinho na vida. Minha tia sempre o acompanhava em todos os lugares. As pessoas precisam pensar um pouco: bate saudade, solidão, um pouco de angústia – afirmou Priscila.
O pai do jogador. Mário (como o filho) pretende dar entrevistas e
esclarecer tudo, para evitar que o episódio
interfira na carreira do zagueiro. Mas só depois de se recuperar das noites maldormidas à procura de informações sobre o filho. A família, de forte crença evangélica, viveu dias de tensão, suspeitando de sequestro.
– Não posso dar mais detalhes. Meus tios farão isso. Pedimos a todos que tenham calma e paciência – disse Priscila, mostrando tranquilidade.
Quando sumiu sem avisar, Mário estava havia uma semana em Porto Alegre, vindo dos juniores do São Caetano e já de contrato assinado por cinco anos. Morava sozinho em um apartamento alugado pelo clube. Na última sexta-feira, empreendeu a misteriosa viagem, cujo roteiro incluiu Curitiba, Londrina e Florianópolis, locais em que o zagueiro não tem familiares ou parentes.
Vestindo camiseta, bermuda e tênis, fez saques de R$ 600 em caixas eletrônicos da capital gaúcha e de Londrina. Em Florianópolis, sacou mais R$ 600. O titular da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos de Porto Alegre, Bolívar
Llantada, passou o dia em São Paulo
para interrogar Mário. Voltou no início da noite. A polícia descartou a hipótese de crime.
– São problemas de ordem pessoal, de privacidade do jogador e que devem ser respeitados. Vamos finalizar os trabalhos e concluiremos tudo dentre cinco a 10 dias – disse Llantada, em nota oficial assinada em conjunto com o São Caetano, clube de origem do zagueiro.
O delegado informou que Mário está sob acompanhamento médico. Segundo o vice de futebol do Grêmio, André Krieger, não há previsão de volta aos treinos.
– É hora de dar tempo ao menino. Ele será um grande zagueiro. O momento é de recolhimento íntimo com a família. Não temos pressa – afirmou Krieger.
Perguntas sem resposta
1) Qual o motivo que levou o zagueiro a abandonar o Grêmio sem avisar a direção do clube ou seus familiares?
2) Por que a viagem a Londrina (PR) e Florianópolis (SC) se o
jogador não tinha familiares ou parentes nestas duas cidades?
3) Se o jogador
está passando bem, qual a necessidade de receber cuidados médicos especiais?
Policiais dos três Estados do Sul se uniram para tentar localizar o zagueiro
Foto:
Divulgação, Site do São Caetano
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