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 | 12/02/2009 08h16min

Gre-Nal do Século completa 20 anos

Inter venceu o Grêmio de virada por 2 a 1 no Beira-Rio em 12 de fevereiro de 1989

Carlos Ferreira e Leonardo Oliveira  |  carlos.ferreira@zerohora.com.br I leonardo.oliveira@zerohora.com.br

Faz 20 anos nesta quinta. Parece que acabou ontem. O Gre-Nal do Século completa duas décadas e talvez ainda demore outras mais para que seja superado em emoção e drama. Depois dele, já houve 77 clássicos. Nenhum tão eletrizante como o de 12 de fevereiro de 1989.

Os jogadores se arrepiam ao falar daquele domingo de calor perto de 40ºC em Porto Alegre. Quase 80 mil ingressos foram vendidos para o confronto no Estádio Beira-Rio. Um Grêmio altivo, dono das ações e surpreendente fez 1 a 0 aos 16 minutos, com Marcos Vinícius. O drama do Inter aumentou com a expulsão de Casemiro aos 37. O Grêmio passou a errar gols. Foram tantos que o cordato Rubens Minelli perdeu as estribeiras no vestiário. O que abriu o caminho da derrota, garante Alfinete, o lateral-direito daquele time:

– O time estava com alegria, leve. No vestiário, o Minelli deu uma bronca e tirou o brilho do time. Disse que estávamos de brincadeira, de palhaçada. Ali perdemos o Gre-Nal.

No outro lado do Beira-Rio, Abel Braga fez o contrário. Em vez de xingar, se encostou em um canto do vestiário e ficou por 10 minutos fitando o nada. O centroavante Nilson sentou nas espreguiçadeiras de madeira e pensou:

– Hoje não vai ter jeito mesmo.

Antes de mandar o time a campo, Abel saiu da letargia e anunciou que Diego Aguirre entraria no lugar do volante Leomir. O ponta-esquerda Edu fecharia o lado esquerdo com Norberto. Ao mandar todos a campo, o técnico gritou:

– Vocês fizeram essa caca. Agora entrem lá e resolvam.

Gols de Nilson desestruturam o Grêmio de Rubens Minelli

Nilson entendeu o recado. Aos 16, empatou o jogo. Aos 26, virou, ao aproveitar cruzamento de Maurício. Na comemoração, imitou o personagem Sassá Mutema, um cortador de cana interpretado por Lima Duarte na novela O Salvador da Pátria. Maurício garante que o cruzamento foi mecânico.

– Quando ia em direção à área, ele (Nilson) corria para o segundo pau. Sabia onde mandaria a bola. Chutei e ele botou o biquinho. Metade do gol é meu – diverte-se.

Naquele instante, os jogadores do Grêmio já não se entendiam.

– No segundo gol, nosso time se perdeu. Ninguém acreditava. O Minelli alertou para ficarmos espertos – recorda o ponteiro-esquerdo Jorge Veras.

Nilson lembra de ver os jogadores do Grêmio discutindo em campo. Mazaropi, lá de trás, havia diagnosticado antes da virada um relaxamento do time. O mesmo que havia enfurecido Minelli no vestiário. O meia do Inter Luís Carlos Martins se desdobrava em campo e ainda tentava entender a engenharia tática feita por Abel Braga:

– Este Gre-Nal dificilmente será superado, pelas circunstâncias. O Abel fez o contrário, ficamos com quatro atacantes.

Depois de fazer o 2 a 1, Nilson se virou para a torcida e, acenando com as mãos, gritava:

– Tchauzinho, acabou para vocês.

A poucos minutos do fim, Maurício foi substituído e saiu de braços abertos, imitando um avião. Os colorados, ensandecidos, pareciam não acreditar no que viam. Os gremistas, abalados, também não.

ZH
Banco de dados ZH  / 

Nilson marcou o gol que garantiu o Inter na final do Brasileirão
Foto:  Banco de dados ZH


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