| 17/01/2009 03h07min
Uma das cenas mais impressionante do acidente é também uma revelação de que parte da tragédia poderia ter sido evitada. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o jogador uruguaio Claudio Milar estava sem o cinto de segurança e, por isso, foi lançado para fora do ônibus. Ele acabou morrendo esmagado pelo veículo.
– Não dá para dizer se ele sobreviveria ou não, mas não seria esmagado pelo veículo. As chances dele seriam bem maiores – opina Alessandro Castro, chefe de comunicação da PRF.
Ficar desprotegido dentro do ônibus é uma imprudência comum e que pode ser expressa em números. Menos de 3% dos usuários de ônibus aderem ao uso do cinto de segurança, segundo dados da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Sem a proteção, os passageiros são candidatos a se transformar em projéteis humanos.
– Nos ônibus, as vítimas podem ser lançadas do fundo do veículo até a frente. No caso de tombamento e capotagem, muitas vezes,
ficam batendo de um lado para o outro,
aumentando as chances de lesões – explica o presidente eleito da SBOT, Osvandré Lech.
Em uma situação dessas, a pessoa vira uma espécie de bola de pingue-pongue, chocando-se contra as paredes, o teto e o chão do veículo.
Os cintos utilizados nos ônibus são de dois pontos de fixação. Apesar de não ser o ideal, pois deixa o tórax livre, o modelo mantém o passageiro preso ao banco e protege órgãos e ossos da altura da barriga para baixo. Segundo Lech, é urgente a necessidade de uma mudança cultural entre os brasileiros para evitar novas mortes.
– Cinto é para ser usado sempre, mesmo que seja desconfortável. Se for dormir no ônibus, a pessoa pode afrouxá-lo um pouco – diz.
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