| 02/12/2008 08h33min
Vale tudo na última rodada do Brasileirão. Até negociar uma premiação extra para que o Goiás vença o São Paulo e libere o terreno do título para o Olímpico. O São Paulo vai fazer o mesmo com o Atlético-MG e, assim, os decisivos jogos do campeonato se constituirão numa guerra de incentivos.
Ninguém no Grêmio admite. Mas, com o auxílio de torcedores mais abastados, o clube enviará entre R$ 300 mil e R$ 500 mil como espécie de “incentivo” aos jogadores do Goiás. Vencendo o São Paulo, o prêmio seria dividido entre titulares, reservas e funcionários. Pessoas ligadas ao Olímpico já realizaram os primeiros contatos com dirigentes de Goiânia.
– Não sei de bicho-extra para o Goiás. Só queremos disputar o campeonato em condições de igualdade com os demais. Em todos os sentidos, entende? – insinuou o diretor de futebol Luiz Onofre Meira. – Ninguém nunca viu, mas dizem que existe.
Já o presidente Paulo Odone desconversa quando o tema é a mala branca. O dirigente prefere uma outra saída: promete a seus atletas um aumento de premiação (que estava fixado em R$ 3 milhões pelo título) para que possa se despedir da direção com o título nacional.
– Não vai ser uma mala que vai mudar a vida de alguém. Prefiro dar dinheiro para os meus jogadores. Por isso, estabelecemos um prêmio bom pelo título. E, agora, vai ter um reforcinho também – revelou Paulo Odone.
A discussão sobre o incentivo financeiro a outras equipes tomou conta do país. Consultado por ZH, um dirigente do São Paulo – que pediu anonimato – não admitiu o pagamento oficial ao Atlético-MG para vencer o Grêmio, mas prometeu “anular” o poder de fogo do Grêmio.
– O Goiás receberá incentivo para ganhar do São Paulo? Quem sabe não aplicamos no Grêmio o mesmo veneno? – afirmou o dirigente, sugerindo pagamento ao Atlético-MG.
Já o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, mostrou-se irritado com a possibilidade de seus jogadores receberem dinheiro dos paulistas:
– O São Paulo vai jogar dinheiro fora se mandar a mala branca para cá porque nós já entraremos para vencer o Grêmio.
Na segunda-feira, ao desembarcar no aeroporto Salgado Filho, sob aplausos de mais de 50 torcedores, alguns jogadores evitaram opinar, como Rafael Carioca. Outros apoiaram o pagamento, mas todos concordaram em um ponto: os goianos têm uma dívida moral com o Grêmio.
Na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2007, o Goiás precisava vencer o Inter, no Estádio Serra Dourada, e o Grêmio deveria tirar pontos do Corinthians, no Olímpico. O Goiás venceu, o Grêmio empatou e, assim, os goianos se livraram do rebaixamento.
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