| 26/11/2008 03h48min
Comparado com o antigo estádio do Estudiantes, o Ciudad de La Plata pode ser chamado de neutro. A moderna construção, concluída parcialmente em 2003, fica isolada da parte mais pulsante da calorenta e arborizada La Plata, a 53 quilômetros de Buenos Aires. É lá que o Inter começa a decidir o título da Copa Sul-Americana, hoje, às 22h.
O serviço da partida
O estádio pertence à Província de Buenos Aires e está situado na periferia, não muito distante de uma região definida pelos taxistas como perigosa, por abrigar os barra-bravas, a parte mais violenta da torcida do Estudiantes. O antigo estádio, o Jorge Hirsch, já
demolido, intimidava os adversários. Hoje, suas tábuas, transformadas
em relíquia, são vendidas por 120 pesos (R$ 80).
– Isto aqui parece o Sessinzão, lá em Cidreira. Você vai caminhando e, de repente, surge um estádio do nada – brinca o presidente da Federação Gaúcha, Francisco Noveletto, enquanto divide o mate com o assessor de futebol do Inter, Fernando Carvalho.
– É cheio de tubulações, lembra o Engenhão – arrisca o vice de futebol, Giovani Luigi.
Mesmo que o ambiente esteja longe de ser hostil, o Inter não deve esperar facilidades para a partida.
Jogadores admitem frustração com o fim do sonho da Libertadores
e comentam as expectativas para o jogo na Argentina
Há 43 jogos, o
Estudiantes não perde em casa. Desde a derrota para o Boca, em 2007, o time treinado por Leonardo Astrada venceu 30 vezes e empatou 13
partidas em seus domínios.
– A equipe se sente bem jogando aqui – avisa Fernando Tartaglia, repórter das rádios La Red, de Buenos Aires, e Provincia, de La Plata.
A resposta de Alex ao jornalista é curta, porém definitiva:
– Não estamos aqui para quebrar tabus e, sim, para deixar bem encaminhada a decisão no Beira-Rio.
Alex é quem desperta maior curiosidade entre os jornalistas argentinos. Mais até do que o compatriota D’Alessandro.
Entre os jogadores, o clima é de descontração. Ontem, após o treino de reconhecimento, o goleiro Clemer e o volante Magrão simularam uma briga, deitados no gramado.
– Tira uma foto aí – disse Clemer, ao ver os fotógrafos.
– Olha, depois isso vai parar na internet e dá rolo – brincou Daniel Carvalho, numa referência ao ocorrido na viagem a Guadalajara, no México, em que Taison apareceu dormindo sobre o ombro de Bolívar.
Terminado o trabalho dos jogadores, Fernando Carvalho atravessou o gramado, olhando para o alto do
imponente estádio, construído em forma de arena. Já não tem mais a expressão frustrada da véspera, quando a Conmebol havia abortado o sonho colorado de se garantir na próxima Libertadores via Copa Sul-Americana.
– É bonito esse ambiente, não? Não é um privilégio estar aqui? – pergunta o ex-presidente.
A fórmula da decisão
> Caso as duas equipes acabem empatadas em pontos e saldo, haverá prorrogação e pênaltis
> O saldo qualificado não vale como critério de desempate. Ou seja, o gol na casa do adversário não vale o dobro
O que vale a Sul-Americana
> Prêmio de US$ 510 mil (somadas todas as fases, o campeão leva US$ 1,1 milhão – cerca de R$ 2,56 milhões)
> Vaga na Recopa 2009, contra a LDU
> Direito de disputar a Copa Suruga Bank, em Narita, no Japão, dia 5 de agosto de 2009, contra o campeão da Copa da Liga da Associação Japonesa
D’Alessandro durante reconhecimento do gramado do Estádio Ciudad La Plata, que foi parcialmente concluído em 2003 e, por sua arquitetura, fez os jogadores compararem com o Engenhão
Foto:
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