| 11/11/2008 20h07min
O goleiro Marcos acabou com o silêncio e explicou a desobediência ao técnico Wanderley Luxemburgo na derrota para o Grêmio, no domingo. Após o gol tricolor, o arqueiro palmeirense abandonou a meta e partiu para o ataque em quatro oportunidades, sendo que a primeira investida ocorreu aos 29 minutos do segundo tempo. O capitão procurou deixar claro que não quis entrar em conflito com seu treinador.
– Todo mundo pode julgar a minha atitude, depois friamente em casa pode parecer ridículo, mas ninguém deve julgar minha intenção. Parece que houve quebra de comando, mas, em nenhum momento, tive a intenção de passar por cima do Wanderley, dos dirigentes e muito menos criticar o time – afirmou Marcos, após o treino desta terça na Academia de Futebol.
Um dos maiores ídolos da história no Parque Antártica e um dos heróis da conquista da Libertadores de 1999, Marcos avisa que não poderia ficar de mãos atadas acompanhando o revés alviverde. A emoção tomou conta do coração palmeirense do jogador.
– Com 16 anos de clube, você deixa de ser profissional. Quando ofereceram R$ 45 milhões para jogar no Arsenal, eu preferi a Série B – lembrou.
Ao conversar com sua esposa, o arqueiro do Verdão garante que tomou um susto ao saber que sua primeira investida na área gremista aconteceu pouco antes dos 30 minutos do segundo tempo. Marcos justifica que fez uma confusão com informações passadas de pessoas que estavam fora do campo. Ainda por cima, ressaltou que não ouviu os gritos de reprovação de Luxemburgo.
– Eu achei que faltavam apenas cinco minutos quando fui para a área. Fiz as coisas com boa intenção. Na hora, achei que estava fazendo certo – reiterou.
Mesmo com todas as ponderações, Marcos assume a culpa por seu ato e está preparado até para receber uma punição de Wanderley Luxemburgo. No momento em que conversou com a imprensa, o capitão do Palmeiras ainda não havia tocado no assunto com o treinador.
– Pela atitude, eu mereço uma punição. Pela intenção, não mereço – definiu Marcos. – Mas vou acatar como sempre acatei, ele tem direito de me colocar na reserva, me tirar da condição de capitão, não me levar para a próxima partida. Não levarei para o pessoal. Sempre fui amigo do Wanderley, ele me ajudou muito nessa volta por cima – emendou.
Neste momento de dificuldade, Marcos espera, porém, que a boa imagem deixada em sua carreira seja levada em conta.
– Eu posso estar sendo o cara mais falso do mundo aqui para vocês, mas é a minha palavra que está em jogo. O importante para mim é ir para casa, brincar com a minha filha, encontrar minha mulher e dormir tranqüilamente – declarou o camisa 12.
GAZETA PRESS
Marcos pede que sua intenção não seja julgada, mas aceitará punição pela atitude
Foto:
Jefferson Botega
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