| 10/09/2008 23h49min
Numa das piores atuações dos últimos tempos, a Seleção Brasileira não conseguiu superar a Bolívia, que ficou com 10 homens no início do segundo tempo, e não saiu do 0 a 0 contra o lanterna das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2010. Com o resultado, o time de Dunga chegou aos 13 pontos ganhos, permanecendo no grupo que estaria classificado para o Mundial da África do Sul.
A situação de Dunga, que já não era das melhores antes da partida desta quarta-feira, ficou ainda pior. O público, que compareceu em número reduzido no Engenhão, pediu para que o treinador deixasse o cargo e vaiou muito a equipe.
A próxima rodada reserva para o Brasil um jogo fora de casa contra a Venezuela. A partida está marcada para o próximo dia 11 de outubro, em território venezuelano. Para este jogo, Diego, com dois cartões amarelos, está fora. Kaká deve estar à disposição.
O jogo
Definitivamente, a Seleção de Dunga tem muitas dificuldades quando enfrenta uma equipe fechada no campo defensivo. Durante os primeiros 45 minutos de jogo no Engenhão, apenas uma chance viva de gol ocorreu. E foi da Bolívia.
Todos os setores da equipe brasileira ficaram devendo na primeira etapa da partida. O goleiro quase entregou de presente o gol aos adversários depois de espalmar para frente uma bola, na única vez que foi exigido com mais perigo. A defesa abusava demais da ligação direta para o ataque. Os laterais raramente chegavam à linha de fundo.
No meio-campo, os jogadores do Brasil foram incapazes de furar o bloqueio armado pelo treinador Erwin Sánchez. Robinho e Ronaldinho recuavam demais para buscar o jogo, deixando o centroavante Luís Fabiano isolado na frente.
A Bolívia, de sangue doce, fazia o máximo que podia. Marcava forte o campo todo, fazendo com que jogadores da Seleção errassem muitos passes. Vendo que a coisa estava complicada, os torcedores perderam a paciência.
Sob pressão do público carioca, a Seleção Brasileira sucumbiu e o jogo foi se desenvolvendo de forma arrastada até o intervalo.
Bolívia perde um homem no início do segundo tempo
O Brasil voltou para o segundo tempo tentando a iniciativa, mas continuava sem encontrar espaços na defesa boliviana. A esperança só foi aumentar depois que o árbitro equatoriano deu uma força, aos nove minutos. Robinho e o Ignácio Garcia dividiram uma bola e o boliviano chegou com o pé um pouco acima do normal, mas sem atingir o brasileiro. Alfredo Intriago não quis saber de conversa e expulsou o jogador da Bolívia.
Com mais espaço para atacar, o Brasil, finalmente, conseguiu impor o ritmo da partida. Somente aos 25 minutos da etapa final, o goleiro Arias fez a primeira defesa, depois de um chute de Júlio Baptista, que havia entrado na vaga do volante Lucas.
Já ouvindo os gritos de "Adeus Dunga" vindo das arquibancadas do Engenhão, o treinador brasileiro mandou a campo Nilmar e Elano. Diego e Ronaldinho deixaram o gramado e sentiram a ira da torcida, que não poupou os atletas.
As mudanças deixaram o Brasil com mais velocidade e o time melhorou em campo. Algumas tabelas e triangulações começaram a aparecer, mas o tempo era curto demais e a partida terminou mesmo com o placar em branco.
Festa boliviana e revolta da torcida brasileira, que esperava, enfim, ver a Seleção jogando um futebol de melhor qualidade.
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