| 09/09/2008 17h19min
Nesta tarde, Celso Roth concedeu entrevista coletiva no Estádio Olímpico, e se negou a responder às perguntas dos repórteres sobre a investigação da Polícia Federal onde está envolvido. O técnico do Grêmio demonstrou irritação com a insistência no tema.
No início da conversa, Roth fez um breve pronunciamento, pedindo que o assunto não fosse abordado:
- Estou sendo investigado, e ponto final. Não vou responder porque é uma questão particular e pessoal. Fui convocado, fiz meu papel de cidadão. Não vou responder - anunciou Roth.
Mas em seguida, Roth precisou avaliar se o seu indiciamento no caso pela Polícia Federal poderia mudar a posição dele frente ao assunto. E manteve-se intransigente quanto à primeira decisão.
- Não muda nada. Já me pronunciei, espero que vocês me compreendam - disse.
Aí chegou a terceira pergunta sobre a investigação da Polícia Federal. E então Roth foi mais duro na negativa:
- Parece que vocês não ouvem. Me reservo ao direito de não responder, espero que vocês sejam educados e possam ouvir e processar o que estou dizendo - reafirmou.
Roth disse que não se sentiu surpreendido com a convocação para depôr, porque já havia sido intimado antes. E interrompeu um repórter que ainda assim se arriscou a abordar o tema:
- Roth, o senhor tem dinheiro no exterior?
- Vou repetir. Não vou responder. Se vamos falar sobre o Grêmio, a gente continua. Senão, vamos parar - garantiu.
O técnico afirma que o problema não vai interferir no desempenho da equipe dentro de campo.
- Espero que não influa - sustenta.
Nesta terça-feira, pela manhã, Celso Roth prestou depoimento à Polícia Federal. O delegado Alexandre Isbarrola, chefe do Grupo de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal (PF), confirmou que o técnico do Grêmio está sendo investigado em uma operação que apura ilícitos como evasão de divisas, lavagem de dinheiro e sonegação tributária.
O depoimento de Roth durou cerca de 1h20min. De acordo com o site da Justiça Federal da 4ª Região, Roth está indiciado no inquérito policial de número 2007.71.00.030613-6 (RS), sob suspeita de ter cometido crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores e crimes contra a ordem tributária.
As investigações da PF fazem parte da Operação Ouro Verde, deflagrada em 2007 para apurar evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
- Existem cerca de 400 a 500 pessoas sendo investigadas por que fizeram algum tipo de operação que pode ou não ser irregular. É isso que estamos verificando - disse o delegado Isbarrola.
CLICRBS E RÁDIO GAÚCHA
Roth (no carro) deixa a sede da PF acompanhado do vice-presidente do Grêmio, César Pacheco
Foto:
Robinson Estrásulas
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