Leandro Behs  |  leandro.behs@zerohora.com.br

Bastaram quatro gols em seqüência para que Nilmar voltasse a ser o atacante revelado pelo Inter em 2002. A nova fase demorou 10 meses e só chegou com o empurrão de um trabalho incansável e diário no Beira-Rio. A rotina do atacante se encaixou em um projeto que cuidou de detalhes como a alimentação e a carga de treinos. Envolveu várias áreas no clube: preparação física, fisioterapia, nutrição, psicologia e, é claro, a parte técnica.



Nilmar chegou ao Inter em setembro depois de passar por duas cirurgias para reconstrução do ligamento cruzado do joelho quase em seqüência. A última, no esquerdo, teve o final da recuperação feito no Beira-Rio, depois de assinar por quatro anos.

O atacante voltou a jogar no dia 4 de novembro de 2007, contra o Vasco, no Rio. Disputou algumas partidas do Brasileirão e parou devido a luxação no ombro. Voltou na pré-temporada nos Emirados Árabes e marcou, de bicicleta, o gol do título da Dubai Cup, contra a Inter, de Milão. Mas sofreu com lesões musculares - comuns em jogadores que passaram por cirurgia no joelho.

Para evitá-las, Nilmar cumpriu programação específica de treino até o mês passado. Agora, trabalha como qualquer outro jogador do grupo. Com uma diferença: desde o retorno ao clube, em setembro, faz reforço muscular para coxas, joelhos e panturrilhas.

Três vezes por semana, Nilmar chega antes dos demais e faz de 25 a 30 minutos de musculação. Nos dias seguintes aos jogos, ele troca o campo pelos exercícios de fisioterapia.

O coordenador de preparação física do Inter, Élio Carravetta, conhece Nilmar desde os tempos de júnior. Foi ele quem comandou o projeto de transformação do corpo de Nilmar em 2002. O atacante media 1m73cm e pesava 55 quilos. Em dois anos, cresceu e chegou a 1m80cm - estatura de hoje - e 67,5 quilos. Agora, seu peso é de 70 quilos.

Coube a Carravetta, doutor em preparação física pela Universidade de Barcelona, coordenar um novo "projeto Nilmar". Desta vez, de recuperação.

— Esse ano tem sido de recomeço para Nilmar. Comparo-o ao Alex, que passou por diversas lesões e, assim que readquiriu confiança, deslanchou. O Nilmar está com a cabeça boa e voltou a mostrar até mesmo aquela agilidade felina que ele e o Pato têm — avisa Carraveta.

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