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 | 10/07/2008 21h31min

Iziane nega conversa sobre comportamento com Bassul

Jogadora foi cortada da seleção brasileira feminina de basquete

Fora da seleção brasileira feminina de basquete que irá aos Jogos Olímpicos de Pequim, a ala Iziane rebateu as críticas feitas pelo técnico Paulo Bassul. O treinador havia dito que, antes do corte, tivesse conversado com ela sobre a necessidade de melhorar o comportamento. Mas ela nega.

– Nunca conversei com ele sobre mudar – disse a jogadora. – A única conversa que tivemos foi após o jogo com Cuba, no Pré-Olímpico do Chile-2007, e foi sobre o jogo – garantiu.

Afastada da equipe em junho durante o Pré-Olímpico Mundial por se recusar a entrar em quadra após ter passado longos minutos no banco, a ala admite que a relação com o treinador sempre foi complicada. Os dois já trabalharam juntos nas categorias de base da seleção brasileira.

– Desde a seleção juvenil ele tentava me confrontar, dizendo que eu não era jogadora de grupo. Mas nunca conversamos sobre mudança de comportamento – disse a jogadora.

Iziane começou a jogar pela seleção principal aos 20 anos, e desde então passou a ser apontada como possível substituta de Janeth. A jogadora, no entanto, acredita que a parceria com Bassul nasceu fadada ao fracasso.

– Nunca deveria ter ido jogar com ele. Só fui porque era pelo meu país, que tenho muito orgulho de defender. Mas sabia que isto ia acontecer – lamentou.

Depois de afastada do Pré-Olímpico, Iziane ficou de fora da seleção que defenderá o Brasil em Pequim. Alvo de críticas desde então, a jogadora acredita ter sido incompreendida porque as pessoas só tomaram conhecimento de um lado.

– O Paulinho tem uma opinião formada sobre mim. Nas entrevistas, ele disse que não sei jogar em grupo, mas isto é mentira. Eu me adapto em qualquer situação – garantiu.

Para justificar a teoria, Iziane lembrou sua passagem pelo Seattle Storm, na WNBA. Ela atuou na equipe entre 2005 e 2007.

– Durante três anos, fui a quinta opção em Seattle, ou seja, era a última opção. Mas tudo bem, tem equipes nas quais eu vou e é este o meu papel. Acho que ele tem de ver um pouco melhor o meu histórico – argumentou.

O técnico já havia se mostrado pouco disposto a voltar a convocar a jogadora. Assim como ele, a jogadora não vê chances de voltar a vestir o uniforme brasileiro.

– Ele está há pouco tempo no time, uma mudança não deve acontecer em breve e com ele não jogo mais – disse.

Ele nunca me quis na equipe

Bassul assumiu a seleção após os Jogos Pan-Americanos Rio-2007. A primeira competição foi o Pré-Olímpico das Américas, no qual o Brasil foi terceiro colocado. Este ano, no Pré-Olímpico Mundial, a equipe obteve a classificação para Pequim. A jogadora não acredita que uma conversa com o treinador resolveria os atritos.

– Até havia esta possibilidade, mas nas entrevistas ele deixou claro que não sabe nada do meu jogo e que nunca me quis na equipe. A situação chegou em um ponto insuportável e a melhor decisão é ficarmos afastados – declarou.

Iziane ficou em quarto pela seleção brasileira de basquete nos Jogos Olímpicos de Pequim. A jogadora confessa que sentirá saudade do time, principalmente das amigas.

– Estou até bem tranqüila, porque já fui em uma (Olimpíada) e senti o gostinho. Não é fácil sabendo que tinha condições, mas prefiro não estar lá em uma situação indesejável – declarou a jogadora, que pretende assistir às partidas em Pequim. – Aqui (nos Estados Unidos, onde defende o Atlanta Dream) só vão transmitir os jogos dos Estados Unidos, mas vou tentar ver pela internet – prometeu.

Mesmo com a repercussão negativa dos acontecimentos, Iziane acredita que não haverá reflexos em sua carreira.

– Não interfere em nada nem a opinião do Paulinho nem dos outros. Infelizmente, ou felizmente, há equipes que precisam de jogadoras como eu e continuo tendo as portas abertas.

GAZETA PRESS
 

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