| 18/06/2008 23h52min
Em um jogo muito pobre tecnicamente, Brasil e Argentina não saíram do 0 a 0 nesta quarta-feira, no Estádio do Mineirão. A partida foi válida pela sexta rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2010.
A atuação ruim no Mineirão deixa o técnico Dunga ainda mais pressionado. Revoltada, a torcida brasileira perdeu a paciência durante o segundo tempo e pediu mudanças na comissão técnica.
O resultado é melhor para os argentinos, que ficam na segunda colocação das Eliminatórias Sul-Americanas com 11 pontos. Já o Brasil amarga uma seqüência de duas apresentações sem vitória na competição e fica com apenas nove, em quarto lugar. Os pentacampeões ainda podem ser ultrapassados por Venezuela ou Chile, que se enfrentam nesta quinta-feira.
Na próxima rodada, a Seleção Brasileira vai tentar a reabilitação fora de casa diante o Chile, em Santiago. Já a Argentina enfrenta o Paraguai, em Buenos Aires. As Eliminatórias Sul-Americanas seguem no mês de setembro.
O jogo
Considerado um dos maiores clássicos do futebol mundial, Brasil e Argentina fizeram uma partida digna de segunda divisão nesta quarta-feira. Como vinham de tropeços na última rodada das Eliminatórias, a torcida que lotou o Mineirão esperava que os times buscassem a vitória desde o início.
Mas não foi o que aconteceu. Consistência defensiva não faltou aos times. Poucas chances de gol foram criadas de parte a parte, mostrando imensa superioridade dos zagueiros em relação aos atacantes.
O primeiro ataque com certo perigo foi da Argentina. Gutierrez, que substituiu Maxxi Rodrigues na ala-esquerda, cruzou na cabeça de Julio Cruz, que finalizou nas mãos de Júlio César.
Robinho quase marca duas vezes
A partida continuou meio arrastada, com muitos passes errados. Depois dos 20 minutos de jogo, o time de Dunga reagiu e chegou duas vezes com muito perigo. Na primeira jogada, Robinho tocou a bola por entre as pernas do defensor argentino e chutou para defesa parcial de Abbondanzieri. No rebote, Júlio Baptista chutou em cima do goleiro argentino, desperdiçando o lance.
Um minuto depois, o mesmo Robinho recebeu dentro da área pela esquerda, driblou Abbondanzieri, mas demorou muito a se decidir e acabou desarmado antes de resolver se iria chutar ou fazer o passe.
Mas depois disto, o ritmo da equipe brasileira voltou a cair e o time não assustou mais o goleiro Abbondanzieri até o intervalo. Para piorar ainda mais, aos 32 minutos, após dividida com Mascherano no meio-campo, Anderson sentiu uma lesão no joelho e cedeu lugar a Diego. Mesmo com a alteração, a Seleção pentacampeã continuou sofrível na questão da criação.
A melhor chance dos primeiros 45 minutos foi da Argentina, já no finalzinho. Messi recebeu com liberdade dentro da área e chutou desviado, para sorte de Júlio César.
Segundo tempo
O segundo tempo começou e parecia que o primeiro nem havia terminado. O ritmo da partida continuava o mesmo. Marcação, faltas duras, muito balão e pouco futebol.
Restaram aos torcedores apenas algumas jogadas individuais de Robinho e Messi. Muito pouco para quem pagou caro na expectativa de ver um grande espetáculo no Mineirão.
E as coisas poderiam ficar ainda piores para os brasileiros se Julio Cruz aproveitasse a chance clara que teve aos 11 minutos do segundo tempo, quando recebeu na cara do gol e chutou por cima. A Argentina cresceu na partida e teve outras boas oportunidades, principalmente com Messi em jogadas individuais.
Torcida pede Pato, mas quem entra é Luís Fabiano
Aos 26 minutos, Dunga mostrou que também estava insatisfeito com o ataque brasileiro e sacou Adriano, colocando em campo Luís Fabiano. A torcida, que gritava o nome de Alexandre Pato, vaiou o técnico brasileiro.
No primeiro lance de Luís Fabiano, o ex-atacante do São Paulo aproveitou-se
de uma falha de Coloccini e cruzou para Júlio Baptista. De voleio, o
brasileiro obrigou Abbondanzieri a se atirar para fazer a defesa.
Vaias aos brasileiros e aplausos ao argentino
Muito vaiado pela torcida, que cantava "Adeus Dunga", o treinador sacou o jogador Diego, que havia entrado no lugar de Anderson no final do primeiro tempo, e colocou Daniel Alves. Lateral-direito de origem, o jogador contratado recentemente pelo Barcelona entrou para fazer uma função no meio-campo.
A idéia que deu certo na final da Copa América do ano passado, não surtiu efeito desta vez e o Brasil continuou sem inspiração.
Já nos acréscimos, Palácio entrou no lugar do argentino Messi, que foi o único jogador a ser aplaudido pela torcida brasileira.
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