| 27/02/2008 15h09min
O discurso ainda é de esperança, mas a seleção chinesa masculina de basquete já se prepara para adotar um plano B caso tenha mesmo de disputar os Jogos Olímpicos sem o pivô Yao Ming. Terça-feira, o Houston Rockets confirmou o afastamento do atleta com uma fratura por estresse no pé esquerdo. Segundo os médicos, Ming deverá ficar pelo menos quatro meses sem jogar.
O técnico lituano Jonas Kazlauskas, responsável pelo comando da equipe, disse que o time sempre se preparou para a possibilidade de ficar sem seu principal astro e agora é uma questão de colocar em prática estes recursos.
– Nós vamos adotar um plano considerando a situação da lesão de Yao Ming. Nós temos treinado dois esquemas táticos durante 2 anos - quando jogamos com Yao e quando estamos sem ele. Agora vamos enfatizar as táticas sem Yao – minimizou Kazlauskas.
Por enquanto, a certeza é que o pivô de 2m25cm não estará em quadra no início dos treinamentos da seleção, dia 8 de março, nem nos três amistosos programados contra o Memphis. Apesar da maneira tranqüila com que Kazlauskas trata do assunto, o supervisor da seleção Bai Xilin admite que a notícia da lesão do astro foi um choque.
– Quando ouvimos a respeito da lesão de Yao ficamos chocados e preocupados como qualquer fã de basquete na China. Entendemos perfeitamente como ele se sente neste momento e esperamos que ele permaneça positivo e otimista enquanto estiver em tratamento – declarou.
O diretor da Associação Chinesa de Basquete (ACB), Hu Jiashi, fez questão de isentar o Rockets de qualquer responsabilidade pela situação do pivô. Segundo ele, o destaque de Ming na equipe torna natural que o jogador seja requisitado durante muito tempo em quadra.
– As lesões esportivas são um processo cumulativo. Uma lesão é inevitável em qualquer esporte competitivo. Vamos nos prevenir de problemas e lesões como uma prioridade nas próximas sessões de treinamento – explicou.
A contusão no jogador de 27 anos foi confirmada após a realização de uma ressonância magnética na última segunda-feira, no Hospital Memorial Hermann, em Houston. O atleta reclamava de dores no pé desde a disputa do All Star Game, mas continuou jogando porque a equipe imaginava se tratar de uma simples distensão.
A recuperação
As técnicas utilizadas no tratamento de Ming ainda não foram definidas. Entre as opções está uma cirurgia com colocação de pinos no pé para tentar agilizar a recuperação, mas o pivô pretende escutar outras opiniões antes de uma decisão final.
– Ainda estamos esperando uma segunda opinião. Posso viajar para encontrar outro médico nos próximos dias. Estou procurando o caminho mais rápido, um atalho – disse o jogador, confessando sua frustração.
– Se não puder disputar a Olimpíada pelo meu país, será a maior frustração de minha carreira. Não quero imaginar o quanto isto desapontaria as pessoas na China. Farei o melhor que puder para voltar, me fortalecer e me proteger. Não sei por que minhas lesões acontecem. Não sou uma pessoa de sorte – lamentou.
O médico do Rockets, Thomas Clanton não descarta a possibilidade de o jogador se recuperar em tempo.
– Eu não quero que digam que eu afirmei que ele não estaria na Olimpíada. Certamente, esta não é minha expectativa. Eu não posso dizer especificamente quando ele vai jogar basquete novamente. Mas ele não vai voltar a jogar nesta temporada – salientou.
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