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 | 25/02/2008 02h58min

Terror e clima de guerra civil envergonham o clássico no Sul

Torcedor perde a mão e torcidas de Criciúma e Avaí entram em confronto

O que era para ser uma festa do esporte entre Criciúma e Avaí terminou em confronto direto entre torcedores e Polícia Militar. Desde o término do jogo, às 18h, até as 19h45min, pedras, bombas químicas e balas de borracha foram lançadas, sem trégua, nos arredores do Estádio Heriberto Hülse.

Muitos torcedores não conseguiam ir para casa e outros se envolveram no confronto. Adultos com crianças retornaram ao estádio e procuraram proteção. O confronto iniciou logo após o encerramento do jogo, quando uma bomba foi lançada do setor onde estava a torcida do Avaí em direção à do Criciúma.

O objeto caiu próximo a um torcedor de 62 anos, Ivo Costa, que assistia à partida longe do aglomerado da torcida do Tigre e tentou afastar a bomba com uma das mãos. A explosão ocorreu no momento em que Costa encostou no artefato. Com isso, ele teve a mão direita amputada.

Imediatamente, o torcedor foi socorrido pelos paramédicos do Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital São José. A partir daí, revoltada, a torcida do Criciúma se armou com pedras, paus e copos, e entrou em confronto com a Polícia, que estavacom escudos e cavalos. Muitos torcedores foram feridos com balas de borracha.

Boa parte deles retornou ao Estádio Heriberto Hülse para se abrigar. Valmor Pessoa, 52 anos, viajou de Joinville para Criciúma para assistir ao jogo. O seu filho, de sete anos de idade, que tem problemas de coração, apavorou-se com a confusão e precisou ser atendido.

- O que eu vi aqui foi uma guerra. A Polícia Militar está mal preparada - resumiu Valmor, enquanto aguardava o fim das brigas em frente às cabines de rádio.

Deivys Forcelini, 25, e Rosane Joaquim Elias, 24, não conseguiram sair do estádio. Rosane fora pela primeira vez ao estádio e passou mal com a fumaça das bombas de efeito moral.

- Nunca vi tanta selvageria - disse.

O torcedor André Felipe da Conceição, 31, relatou que os tiros dados pela PM foram a esmo.

( ana.cardoso.diario.com.br )

ANA PAULA CARDOSO  -  Criciúma
 

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