| 10/02/2008 17h42min
Na próxima terça-feira, Guga enfrenta o argentino Carlos Berlocq na chave principal do Torneio de Costa do Sauípe. Em fase muito diferente de seus áureos tempos de número 1 do mundo, o catarinense já não tem no título seu grande motivador.
A regra agora é desfrutar o jogo e passar o máximo de tempo possível na quadra.
— Só quero aproveitar ao máximo — diz o jogador, consciente de suas limitações.
— Hoje, eu trabalho dentro do possível porque é difícil para mim. Os objetivos e as expectativas quanto à performance ficam de lado. Sei que tenho de estar em um dia inspirado (para vencer).
A perspectiva soa estranha e melancólica para quem acompanhou os 23 anos de carreira do tenista que recolocou o nome do Brasil no circuito internacional. Durante este tempo foram 29 finais e 20 titulos. O mais emblemático deles, o tricampeonato em Roland Garros e o último, o do Torneio de Viña del Mar, em 2004.
Mas o próprio Guga prefere não encarar a situação desta maneira. Ao contrário, ele busca em seus primeiros anos como atleta a essência do atual momento.
— Para mim tornou-se até mais prazeroso, mais fácil lidar com esta situação — diz, sem esconder que a situação não é a que desejava.
— Não era o que mais queria (parar), mas era a decisão mais sensata.
— Qualquer jogo que fizer será uma vitória — acrescenta seu técnico e mentor em boa parte da carreira, Larri Passos.
O ex-treinador foi o escolhido por Guga quando o tenista resolveu voltar ao circuito, em setembro de 2006, após duas cirurgias no quadril.
— Foi um período maravilhoso — emociona-se Larri. — Ele recuperou a autoestima.
Desde a retomada da parceria, Guga participou de oito torneios de simples e 11, incluindo a Copa Davis, em duplas. Seu melhor resultado foi o vice-campeonato no Torneio de Las Vegas, ao lado do paraguaio Ramon Delgado.
Depois do Masters de Miami, em março, jogador e técnico decidiram avaliar o que mais poderia ser feito e em dezembro, diz Larri, a decisão foi tomada:
— Vamos trabalhar dentro de suas possibilidades — O anúncio da aposentadoria foi feito em janeiro e, a partir daí, a dupla repensou o foco nas competições.
Para passar por Berlocq, o catarinense precisará estar em um dia realmente inspirado. Os dois nunca se enfrentaram antes, mas enquanto Guga ocupa a 677ª posição no ranking, seu adversário é 75º.
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