| 29/11/2002 01h20min
O presidente do Grêmio, José Alberto Guerreiro, admitiu ontem que a dívida do clube chega aos R$ 80 milhões. O dirigente informou, também, que não pretende tentar o terceiro mandato consecutivo em dezembro, embora não tenha relacionado sua decisão ao débito do clube.
Fontes próximas ao presidente informam que as razões do dirigente para não tentar uma nova candidatura são familiares e profissionais.
Metade da dívida de R$ 80 milhões, esclarece o presidente, é de longo prazo e já foi refinanciada junto ao Refis (Programa de Recuperação Fiscal) com parcelas mensais de R$ 6 mil a serem pagas durante 20 anos.
Parte do passivo gremista compreende empréstimos obtidos junto ao Banrisul (R$ 1,6 milhão), Banco Santander (R$ 2 milhões), rescisão de contrato de jogadores, entre eles Zinho e Leandro Amaral, débitos com outros clubes (R$ 9 milhões) e pagamentos a investidores, cujos valores não foram revelados.
Guerreiro diz que sofre pressões, mas
garante não desejar o terceiro mandato
O presidente do Centenário gremista deverá ser eleito dia 18 de dezembro, de acordo com previsão do presidente do Conselho Deliberativo, Oly Fachin.
- Tenho recebido pressões de conselheiros para prosseguir, mas meu propósito é não concorrer - anuncia Guerreiro, que cumpre os últimos dias de seu segundo mandato.
Guerreiro não acredita que a classificação do Grêmio para as semifinais do Campeonato Brasileiro, obtida quarta-feira, contra o Juventude, possa desestimular a oposição a lançar candidato. Chega a lembrar que, em 1996, ele próprio concorreu contra Luiz Carlos Silveira Martins, indicado pelo então presidente Fábio Koff, poucos dias após o Grêmio ter conquistado o bicampeonato brasileiro.
- O resultado de campo não é decisivo, pode influenciar no máximo 50 conselheiros. Aqui, o que se discute são idéias - analisa Guerreiro.
A oposição se articula em torno do nome do ex-presidente Flávio
Obino, de grande influência no Conselho. Este, no entanto, ainda
não admitiu que possa concorrer. Seus familiares já anteciparam que não gostariam de vê-lo participando do processo sucessório.
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