Um drama acentuado pelas recentes atuações toma proporções cada vez maiores e causa desconforto no vestiário do Inter. Foram apenas 15 gols sofridos no ano até agora. Porém, quase a metade deles nasceu de bolas alçadas à área – três nos último quatro jogos. Contra o Guarani, quarta-feira, uma falha de Álvaro impediu a classificação direta às oitavas-de-final.

No lance, o zagueiro errou o tempo da bola, foi encoberto e deixou Romário livre para marcar. O histórico de falhas na defesa preocupa. No segundo tempo do Gre-Nal, foram três cruzamentos e três calafrios na torcida: o cabeceio de Réver salvo por Guiñazu sobre a linha; o cabeceio de Jonas no poste; a saída errada de Lauro seguida de chute, com gol aberto, de Fábio Santos.

Contra o Juventude, Mendes e Juan Pérez fizeram gols de cabeça. Contra o União-MT, Lauro evitou o vexame da eliminação ao salvar cabeceio de Diogol, o ídolo de Rondonópolis.

Principal envolvido na última patuscada da defesa, Álvaro esticou a estada em São Paulo e perdeu o treino da tarde. Índio tentou explicar as razões para tantas falhas. E mostrou desconforto ao tratar do assunto:

— O time é dono da defesa menos vazada da competição. Está muito bem postado. Cada um tem o direito de falar o que quiser. Sempre trabalhamos aqui para melhorar.

A comissão técnica está alerta. Os trabalhos específicos feitos por Tite em jogadas de bola parada ou cruzamentos defensivos se mostraram insuficientes. Na véspera dos jogos ou na palestra no vestiário, DVD’s com os lances são exibidos. Antes do Gre-Nal, por exemplo, foram mostradas as falhas do jogo contra o Juventude.

— A equipe nunca deixará de tomar gols assim, mas tem que diminuir — admite o auxiliar Cléber Xavier.

Não está descartado trabalho individual, caso falhas específicas sejam identificadas. O que, na avaliação de Tite e sua equipe, não é o caso do lance de Álvaro em Campinas. O preparador físico Fábio Mahseredjian garante que o zagueiro está em forma. Falta-lhe apenas ritmo de jogo, devido à parada de 17 dias por problemas musculares. Xavier admite que o zagueiro ficou aquém, se comparado ao seu próprio potencial.

O goleiro Lauro é outro cujo rendimento despencou quando a bola cruza a área do Inter. Ele reconhece as falhas, como a saída errada no lance em que Fábio Santos errou o gol no Gre-Nal. Lauro perdeu o tempo da bola e se embolou com os zagueiros.

— Se for para ajudar, vou sair. Jamais vou esconder, mas sou passível de erros, Não é por causa disso que vou me esconder sob as traves — avisou o goleiro.