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 | 01/08/2008 09h44min

Selvino Heck explica contato do governo com as Farc

Relação se resumiu a medida para transferência de prisão de representante da guerrilha no Brasil, diz assessor

O assessor da Presidência da República Selvino Heck explicou na manhã desta sexta-feira matéria da revista colombiana Cambio sobre suposta relação entre o alto escalão do governo brasileiro e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Heck concedeu entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha. Segundo ele, a maior proximidade que houve entre o governo e a guerrilha colombiana foi o contato de entidades de direitos humanos sobre as condições de detenção do padre colombiano Olivério Medina, considerado o representante das Farc no Brasil.

— Foi apenas um gesto de apoio a um preso — salientou.

> Leia a íntegra da matéria da revista Cambio

A Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) recebeu denúncia da Cruz Vermelha e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a respeito de Medina estar detido no Presídio da Papuda, em Brasília, em meio a traficantes e outros criminosos. As entidades queriam que o padre fosse transferido para uma "prisão compatível", conforme Heck. A seguir, o pedido foi encaminhado pelo assessor e, a seguir, acatado.

Heck afirmou que não tem contato com o padre, atualmente. Disse saber somente que Medina está em Brasília e teria pedido naturalização. O governo da Colômbia pedia sua extradição, mas ela foi negada pela Justiça brasileira, de acordo com Heck.

Outros setores do governo brasileiro também negaram ter relações com as Farc. A assessoria do Ministério das Relações Exteriores informou que o ministro Celso Amorim não teve contato com representantes das Farc, como aponta a revista, de acordo com o site G1. Já o assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, classificou a reportagem de "fantasiosa".

A revista afirma que teve acesso a e-mails do guerrilheiro Raúl Reyes, tido como porta-voz das Farc e morto pelo exército colombiano em março. Nas mensagens, estariam mencionados "cinco ministros, um procurador-geral, um assessor especial da Presidência, um vice-ministro, cinco deputados, um vereador e um juiz superior" brasileiros.

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Site Revista Cambio, Reprodução / 

Revista colombiana afirma que as Farc teriam relações com o governo brasileiro
Foto:  Site Revista Cambio, Reprodução


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