| 21/01/2003 13h31min
O Banco Central (BC) divulgou no início da tarde desta terça, dia 21, a meta de inflação com que está trabalhando para 2003. Segundo carta pública de 15 páginas, o BC está mirando uma inflação de 8,5% para este ano. É com base nesse número que a instituição irá administrar os juros.
A meta ajustada para 2003 ficará acima da meta de inflação oficial, que é de 4% com tolerância até 6,5%. Para 2004, a meta ajustada é de 5,5%, inferior ao teto estipulado, de 6,25%.
O novo objetivo de inflação está abaixo das estimativas do mercado, que prevê que os preços subam 11,19% neste ano. Ainda assim, economistas acreditam que o afrouxamento da meta permitirá que o Copom mantenha os juros – atualmente em 25% ao ano – na primeira reunião do governo Lula, que termina nesta quarta-feira.
Com a meta ajustada, o BC prevê um crescimento de 2,8% do Produto Interno Bruto do país neste ano. Segundo a autoridade monetária, se fosse perseguido o teto da meta anterior, de 6,5%, o PIB cairia 1,6%. Caso o BC insistisse em perseguir o centro da meta deste ano, de 4%, o BC estima que o PIB teria um recuo ainda maior, de 7,3%.
A carta endereçada ao ministro da Economia, Antônio Palocci, também explica os os motivos pelos quais a meta de inflação não foi cumprida em 2002 – o IPCA, que baliza o sistema de metas inflacionárias, fechou o ano em 12,53%, mais de 7 pontos percentuais acima da meta.
– O ano de 2002 foi caracterizado por uma conjugação perversa de uma crise de confiança na evolução da economia brasileira e um forte aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais – justificou a carta do BC, assinada pelo atual presidente Henrique Meirelles.
Segundo o Banco Central, foram três os principais motivos do estouro da inflação no ano passado: a forte depreciação cambial, a evolução dos preços administrados e a deterioração das expectativas para a inflação.
Com informações da Globo News.
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