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 | 12/03/2008 05h48min

Artilheiros do Gauchão se encontram em clássico na Serra

Alex, do Inter, e Mendes, do Juventude, marcaram sete gols no campeonato estadual

Augusto Ribeiro Mendes e Leandro Behs

O cronômetro apontava 17 minutos de jogo no Beira Rio. Após receber de Maycon, Mendes driblou Sidnei, ameaçou chutar e deixou Renan estirado. Com o gol aberto, o centroavante decretou a única derrota do Inter em 2008. Uma vitória que o Juventude espera repetir na noite desta quarta-feira, a partir das 21h45min, no Estádio Centenário. Mendes, com desconforto muscular, é dúvida.


O jogo no Beira-Rio, pela quarta rodada do Gauchão, mostrou para a torcida do Juventude que o novo time contava, ao menos, com centroavante. E dos bons. Hoje, 40 dias depois, Silvio Mendes da Paixão Júnior, 30 anos, baiano de Salvador, ponteia a tabela de goleadores com Alex, com sete gols. Ele corre contra o tempo e as dores na coxa direita desde o início da semana para encontrar o concorrente no Centenário à noite.

O sucesso no Juventude se repetiu nos clubes por onde passou. Mendes sempre deixou sua marca. Não foi de graça que a direção o apostou em repatriá-lo do Estudiantes, da Venezuela, e apresentá-lo como principal promessa de gols para 2008.

Ao retornar no tempo 12 anos, Mendes lembra da decisão de abandonar o futebol. Aos 18 anos, trocou a bola pelo emprego de office-boy. Foi demovido pelo pai, o radialista Sílvio Mendes, da Rádio Sociedade, da Bahia. Retomou a carreira no Camaçari e três anos depois parou no Heerenveen, da Holanda. Mais três anos e foi campeão boliviano e goleador pelo Oriente Petrolero.

Voltou ao Brasil para jogar no Figueirense, a convite de Muricy Ramalho. Foi ele quem transformou o meia Mendes em atacante. Depois do bi catarinense, em 2002 e 2003, chegou ao Vila Nova. Com 17 gols em 19 jogos, foi artilheiro do Campeonato Goiano.

— Foi um dos melhores momentos da minha vida — lembrou.

Em 2006, no Vitória, viveu o pior momento, ao ser dispensado depois de passar por cirurgia de apêndice. Recuperou-se em 2007, no Peñarol. Marcou 11 gols em 15 jogos e foi goleador no Torneio Clausura uruguaio.



Alex pensa em Seleção
e descarta até a Europa


Alex trocaria a vitória em Caxias do Sul hoje pela artilharia do Gauchão. A derrota de 1 a 0 para o Juventude ainda não foi bem assimilada. Foi a única da temporada, está perdida entre goleadas e as vitórias sobre Inter, de Milão, e Stuttgart. É consenso entre os jogadores: ela aconteceu mais por erros do Inter do que por méritos do Juventude.

— Jogamos um péssimo primeiro tempo e, depois, não conseguimos mais empatar — lembra Alex ao sair do treino desta terça-feira.

A faceta de goleador faz sorrir o meia-esquerda de origem, lateral por ocasião e atacante recente. A vantagem, diz, é que sua origem o livra da pressão que recai sobre os "matadores".

— Mesmo não sendo centroavante, como Washington, Nilmar ou Leandro Amaral, nada melhor que assumir essa condição de goleador. Mas sem pressão. A função em que venho atuando me permite ficar alguns jogos sem marcar. Não vou ficar mal por isso — explica.

Para Alex, jogar contra o Juventude oferece sensação diferente daquelas de um clássico. Uma vitória não estimula os colorados a festejar nas ruas. Por outro lado, a derrota traz um grande ônus e ressuscita o folclore de que contra o Inter os caxienses endurecem.

- Não temos uma rivalidade de clássico, mas o Juventude é uma pedra no sapato, sempre atrapalha o Inter. Temos que acabar com isso. Quando o Inter vence o Juventude não há repercussão. Quando eles ganham de nós, é touca - comentou o meia.

Ao contrário do que se poderia imaginar, Alex não ficou abalado por ficar de fora da convocação anunciada à tarde por Dunga. Revela que só virou referência técnica do Inter neste ano por sonhar com lugar na lista. O goleador entende que só a manutenção da boa fase e a conquista de títulos expressivos poderão levá-lo até a Seleção:

- Seria prematura uma convocação agora. Preciso um ano inteiro de boa temporada para ser chamado, fazer ao menos um grande Brasileirão. Nem que para isso tenha que recusar proposta da Europa em junho. Até porque não penso em ir embora com urgência.

Os sete de Mendes:
27/1 — Juventude 2x1 Brasil (um gol)
1º/2 — Inter 0x1 Juventude (um gol)
16/2 — Juventude 2x0 São Luiz (um gol)
22/2 — Juventude 2x0 Veranópolis (um gol)
22/2 — Juventude 2x0 Veranópolis (um gol)
9/3 — Juventude 2x0 Guarany (dois gols)

Os sete de Alex:
27/1/2008 — São José 1x4 Inter (dois gols)
10/2/2008 — Brasil 0x5 Inter (um gol)
16/2/2008 — Inter 2x0 Guarany (um gol)
23/2/2008 — Inter 3x0 São Luiz (um gol)
2/3/2008 — Guarany 0x6 Inter (dois gols)

Valdir Friolin / 

O centroavante Mendes marcou o gol na única derrota do Inter na temporada 2008
Foto:  Valdir Friolin


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