| 02/12/2002 07h33min
A inflação de novembro superou os rendimentos das aplicações. O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) disparou 5,19% no mês e, no ano, acumula variação de 20,78%. Com média de 3,35%, a Bolsa de São Paulo (Bovespa) liderou o ranking do período, quando o dólar comercial subiu 0,82%, e a caderneta de poupança teve remuneração de 0,7657%.
A Bovespa perde 22,6% no ano. Favorecidos pela instalibilidade, o ouro, o dólar e os fundos cambiais lideraram o ranking. Também os fundos com ações da Vale do Rio Doce adquiridos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) têm excepcional performance. Em vez de 11 meses, a rentabilidade corresponde a nove meses, porque a adesão ocorreu em março. O crescimento da inflação preocupa os especialistas, que já defendem a elevação da taxa básica (Selic), hoje de 22% ao ano, para impedir que as aplicações tenham perda real (rendimento nominal inferior à inflação).
– A Selic irá para, no mínimo, 23% ao ano – prevê Zulmir Tres, diretor da Diferencial Corretora.
A escalada da inflação provoca a migração de investidores para os fundos cujos rendimentos acompanham a variação do IGP-M.
– O problema é se esse movimento se revelar apenas uma bolha. Os papéis dos fundos de IGP são de longo prazo e de negociação mais difícil – esclarece Guilherme Gaertner, do Unibanco Asset Management.
As incertezas quanto à transição presidencial diminuíram, mas só a partir da posse do novo governo será possível detectar a tendência do mercado. Os especialistas recomendam postura conservadora nas aplicações de curto prazo. Os fundos DI e os certificados de depósito bancário (CDBs) pós-fixados são algumas das alternativas com esse perfil.
– Na próxima semana, devem começar a ser divulgados os nomes da equipe econômica, sobretudo do novo presidente do Banco Central – ressalta Lúcio Graccho, diretor de renda variável do HSBC.
MARÇAL ALVES LEITEGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.