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 | 07/08/2007 14h16min

Richarlyson diz que não dará trégua na luta contra o preconceito

Jogador move processo contra dirigente por declarações homofóbicas

O volante Richarlyson segue em sua luta contra o preconceito. Nesta terça-feira, o jogador do São Paulo avisou que não recuará nas ações na Justiça. Enquanto isso, o juiz da 9ª Vara Criminal de São Paulo, Manoel Maximiano Junqueira Filho, recebeu prazo de 15 dias para apresentar ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) seus motivos para ter arquivado o processo movido pelo volante do São Paulo, contra o diretor José Cyrillo Júnior, do Palmeiras. O dirigente do time adversário insinuou, em um programa de TV, que o atleta são-paulino seria homossexual.

– Quando aconteceu toda esta polêmica, achei que, como cidadão, eu precisa levantar esta bandeira contra todos os preconceitos, sejam eles contra o homossexualismo, contra alguns credos ou racial – afirmou o jogador.

Segundo Richarlyson, que cursa Educação Física na Unip, sua intenção “é ir até o final” nas ações movidas na Justiça para que este tipo de preconceito acabe no futebol e na sociedade. Desde que a polêmica estourou no mês passado, o volante sofreu bastante, teve de se mudar para o CT do São Paulo, mas, em compensação, recebeu apoio até de alguns colegas de outros times.

– Ninguém tem me provocado. O Dinelson, o Everton Santos, o Paulo Isidoro, muitos jogadores vieram falar para eu não abaixar a cabeça – revelou.

Se os adversários entenderam, o mesmo não pode se dizer sobre o juiz da 9ª Vara Criminal de São Paulo. O texto de Manoel Maximiano Junqueira Filho utilizado na arquivação do processo continha termos surpreendentes, considerados homofóbicos pelas principais lideranças ligadas aos Direitos Humanos. O CNJ vai avaliar a questão detalhadamente assim que possível.

Apesar de ter subido de rendimento em campo desde que a polêmica surgiu, Richarlyson disse ter se apoiado muito em Deus e na família. Ele chegou até se emocionar ao falar sobre o assunto.

– Meu pai, minha mãe e meu irmão me ajudaram muito. O meu pai é o melhor pai do mundo. Contra o América, eu acabei esquecendo. Queria ter comemorado o meu gol como ele fazia: com uma careta. Vamos ver se até o dia dos pais eu consigo marcar outro – disse.

Lela, pai de Richarlyson, foi um jogador de sucesso e conquistou o Campeonato Brasileiro de 1985 pelo Coritiba. O irmão de Richarlyson também está no futebol. Alecsandro acaba de retornar ao Cruzeiro após temporada no Sporting, de Portugal.

GAZETA PRESS

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