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 | 31/08/2006 18h21min

Brasil é primeiro desafio na volta de Basile à Argentina

Técnico tem sua segunda oportunidade na seleção depois de 12 anos

A Seleção Brasileira de Dunga será o primeiro desafio do técnico Alfio Basile em sua segunda passagem como técnico da Argentina, 12 anos após uma experiência traumática, que resultou no fim da carreira de Diego Maradona com a camisa do país.

Antes de viajar na quarta à capital inglesa, o ainda técnico do Boca Juniors tentou expressar algum otimismo, afirmando que vencer o Brasil por 4 a 0 estaria bom.

Ao ser perguntado por um jornalista se a roupa da seleção estava confortável, Basile disse:

– Combina com a cor dos meus olhos.

Basile, quatro vezes campeão pelo Boca em uma temporada (dois campeonatos locais e duas competições internacionais), deixa a equipe no melhor momento possível: líder do Torneio Apertura após uma histórica goleada de 7 a 1 sobre o San Lorenzo, no domingo passado, e com a esperança de somar outra conquista na semana que vem, na final da Recopa Sul-Americana contra o São Paulo.

– Estou feliz, muito feliz – disse o treinador minutos antes de embarcar para a Inglaterra, onde comandará uma equipe que, para começar, conta com atacantes extremamente habilidosos como Sergio Agüero, Lionel Messi e Carlos Tévez.

Há 12 anos, após conquistar duas vezes a Copa América, a seleção começou com o pé direito no Mundial dos Estados Unidos, vencendo Grécia e Nigéria com Maradona, Batistuta, Caniggia e Redondo, entre outras figuras. Porém, Maradona deu positivo por efedrina, a equipe caiu de rendimento e voltou para casa nas oitavas, perdendo para a Romênia.

Maradona, que foi expulso da competição, não voltou mais a jogar, e o futebol argentino acabou vivendo uma profunda depressão. No entanto, Basile entrou para a história como o comandante de um estilo de jogo que atraía multidões por sua qualidade.

A forma de atuar daquela seleção, que só contou com Maradona na repescagem das eliminatórias, contra a Austrália, e nesses dois jogos contra gregos e nigerianos, ficou na cabeça da torcida como uma lembrança agradável, apesar do traumático fim.

Segundo Julio Grondona, presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Basile merecia outra oportunidade, após ter feito o possível para que José Pekerman, que treinou a seleção por dois anos, até a última Copa, continuasse no cargo.

Por enquanto, Basile formará uma equipe com jogadores que atuam no exterior, mas pessoas próximas a ele apostam que, no futuro, ele chamará vários nomes que brilham nos gramados da Argentina.

Para a partida contra o Brasil, não está confirmado o meia Juan Román Riquelme, do Villarreal, com dores num tornozelo, e já foram vetados o meio-campo Maxi Rodríguez, do Atlético de Madri, o atacante César Delgado, do Cruz Azul mexicano, e o lateral-direito Hugo Ibarra, do Boca Juniors, todos por lesão.

Na Argentina, cresce a esperança que Basile teste no domingo a dupla de ataque formada por Agüero e Messi, de Atlético de Madri e Barcelona. Os jogadores, de 18 e 19 anos, formaram a dupla de ataque na conquista do Mundial Sub-20 de 2005 pela Argentina e representam a nova geração de craques do país.

AGÊNCIA EFE
 
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