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 | 03/07/2006 17h17min

Itália se apega às estatísticas para garantir vitória

Azzura está invicta nas quatro partidas contra os alemães em Mundiais

Em momentos decisivos de Copa vale tudo – até se apegar a retrospecto histórico, principalmente quando é favorável. Pois a Itália neste momento não confia apenas nos gols de Luca Toni, na segurança de  Buffon, na garra de Gattuso ou na técnica de Totti. A Squadra Azzura entra em campo nesta terça, no Westfalenstadion, em Dortmund, com a estatística na ponta das chuteiras. E ela indica invencibilidade nos quatro confrontos prévios contra a Alemanha – sempre em campo neutro. Foram dois empates por 0 a 0 e duas  vitórias – a mais importante delas, na final do Mundial de 1982, em Madri.

Embora italianos e alemães sejam freqentadores assíduos da competição, com 16 participações cada um, só perdem para o Brasil com 18, a primeira vez em  que tiveram seus caminhos cruzados foi em 1962, no Chile. Os dois tricampeões se enfrentaram em 31 de maio, no Estádio Nacional, em Santiago, pelo Grupo 2 da primeira fase. O jogo, equilibrado e sem grandes momentos de emoção, terminou com empate de 0 a 0. A Itália confiava em dois jogadores naturalizados – o brasileiro José Altafini, o Mazzola, e o argentino Omar Sivori. O capitão da equipe era Lorenzo Buffon, tio do titular da camisa um de hoje. Os alemães, naquele torneio, se classificaram para as quartas-de-final, seguidos dos anfitriões.

O segundo duelo, e o mais dramático, ficou para oito anos mais tarde, no México. Ambos se encontraram na Cidade do México, em 17 de junho de 1970, na disputa  por vaga para a final, ao lado do Brasil. A Itália saiu na frente, com Boninsegna  aos 8 minutos da etapa inicial, mas a Alemanha empatou em cima da hora, com  Schinellinger. A prorrogação foi em ritmo alucinante: Gerd Muller virou aos quatro e Burgnich igualou aos oito e Gigi Riva fez 3 a 2 aos 14. Muller empatou de novo, aos cinco do segundo tempo suplementar e Rivera fez 4 a 3 aos seis. Imagem marcante foi a de Beckenbauer jogando com o braço direito enfaixado, depois de sofrer luxação. 

A terceira vez não foi empolgante e não saiu do 0 a 0, no Mundial da Argentina. Era a segunda fase, que levava duas equipes à decisão. No grupo ainda havia Holanda e àustria. Os italianos, que chegaram em quarto lugar, montavam a base  que, quatro anos mais tarde, seria campeã do mundo. Jogavam o goleiro Zoff, os zagueiros Gentile, Scirea, Cabrini, os meios Antognoni e Tardelli; os atacantes  Causio e Paolo Rossi. Todos fizeram parte da expedição vencedora na Espanha. E foi justamente em Madri o último combate – por coincidência sempre em país de língua espanhola. A Alemanha se garantiu depois de épica semifinal, em que  empatou com a França por 3 a 3 na prorrogação (chegou a ficar em desvantagem de 3 a 1) e venceu nos pênaltis por 5 a 4. A Itália teve vida mais fácil, ao  fazer 2 a 0 na Polônia. Mais descansada, a Azzzurra fez 3 a 0, com Paolo Rossi, Tardelli e Altobelli, no segundo tempo. Paul Breitner diminuiu, apenas para salvar a honra.

Agência Estado
 
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