O casal de mestre sala e porta bandeira são considerados quesitos. A pontuação deles pode definir a posição da escola que eles representam. A primeira porta bandeira da Academia de Samba Praiana, Rosicler Padilha, explica que cabe ao casal mostrar o pavilhão da agremiação a todos que estão assistindo.

Rosicler e Ulisses na Praiana - Foto: Gisele Mendonça

A porta bandeira mostra a beleza e leveza da dança em seu giro. O mestre sala protege a bandeira e quem a conduz. Cabe ao casal mostrar todo o amor e respeito que eles têm pelo símbolo da escola.

O mestre sala do Império da Zona Norte, Luiz Marcelo, o Marcelinho, afirma que os casais ao entrarem na avenida têm funções obrigatórias. Eles são avaliados ao se aproximarem da cabine dos jurados. A reverência é o marco inicial da sua apresentação. Dentro da coreografia elaborada, apresenta-se a bandeira para que os jurados possam ver o símbolo da escola.

Passos como beija-flor e o peão são obrigatórios para o mestre sala. A porta bandeira tem que mostrar habilidade no giro para os dois lados sem deixar a bandeira enrolar no mastro, fazendo com que todos que estão assistindo o show possam ver qual escola o casal representa.

– Os jurados não podem perceber, entre o casal de mestre sala e porta bandeira, que eles estão coreografados, embora eles saibam que existe uma dança. Está no casal transportar isso para os olhares dos jurados – esclarece Marcelinho.

A preparação para o desfile inicia logo depois que termina o Carnaval. Os casais da Praiana e Império se preparam desde maio de 2011. Faltando um mês para o desfile oficial, os casais vão ao Porto Seco à noite ensaiar a coreografia de avenida.

– Antes de iniciarmos os ensaios, sentamos e analisamos os erros do ano anterior e acertamos para o próximo Carnaval – revela Giza.

Marcelinho afirma que os ensaios de quadra servem para o entrosamento do casal e resistência. O ensaio de avenida serve para que eles possam ter a real ideia de quanto tempo leva apresentação para os jurados e a finalização de movimentos.