Não são apenas plumas, paetês e tecidos, tradicionalmente comprados em lojas especializadas de Porto Alegre, Rio de Janeiro ou São Paulo, que virão de fora para o carnaval de Caxias do Sul. Entre sexta-feira e domingo, quando será realizado o desfile das escolas de samba na cidade, mais de 30 pessoas, principalmente de agremiações da Capital e região metropolitana, estarão participando da folia como intérpretes do samba, passistas, mestres-sala e portas-bandeira, entre outros. São os chamados profissionais do Carnaval.

O presidente da Liga Carnavalesca de Caxias e da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio Grande do Sul (Liesa-RS), Cassiano Fontana, admite que a presença desses contratados trará mais beleza e qualidade à folia caxiense. No entanto, assegura ele, a festa não ficaria prejudicada se fosse apenas feita com pessoas da cidade.

— São brilhos diferentes. Não podemos comparar alguém que desfila por prazer, por gostar, com quem faz isso profissionalmente. Os dois são importantes para o sucesso do evento — opina Fontana.

A Escola Unidos do É o Tchan, do bairro Bom Pastor, levou a sério a ideia: em setembro do ano passado, firmou um convênio com a União da Vila do IAPI, escola do grupo especial de Porto Alegre que ficou em 6º lugar no Carnaval deste ano. O presidente da IAPI, Jorge Luiz Sodré dos Santos, revela que a parceria incluiu, entre outros, o empréstimo de instrumentos e a confecção de fantasias da agremiação caxiense em Porto Alegre, já que a escola de Caxias deve trazer para a Sinimbu o mesmo tema da colega da Capital: a história do arroz.

— Nós também procuramos nos associar a entidades como a Protegidos da Princesa, de Florianópolis, ou as grandes do Rio de Janeiro, como a Império Serrano e a Mocidade Independente de Padre Miguel. Muito do que usamos no nosso desfile foi feito com material reaproveitado de lá — exemplifica Santos.

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