Um dos grandes avanços da educação em 2012 foi o anúncio de mudanças no currículo do ensino médio, que traz consigo tanto discussões a respeito deste novo ciclo quanto a mais positiva expectativa.
É preocupante a evasão escolar registrada nesta etapa do ensino. O Índice do Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011 revelou uma piora neste sentido em nove estados brasileiros. Aliada à questão da qualidade dos conteúdos, é preciso considerar a entrada de muitos jovens no mercado do trabalho, o que gera uma realidade na qual o estudo muitas vezes perde o status de prioridade.
Na contramão desta sobrecarga, que costuma levar à evasão escolar, felizmente destacam-se o esforço dos professores e gestores de escolas, incansáveis na tentativa de enquadrar conteúdos práticos e palpáveis nos currículos, e também os cursos técnicos, que por sua aplicação no campo de trabalho podem ser a saída para que estes jovens não abandonem a escola antes da conclusão do Ensino Médio.
O Conselho Nacional de Educação e o MEC reconhecem a sobrecarga atual de disciplinas e as dificuldades que isso traz, o que reforça o otimismo do meio docente em torno das reformas anunciadas. Com a divisão do currículo em quatro áreas (linguagem, matemática, ciências humanas e da natureza), as disciplinas serão enquadradas sem tanto detalhamento.
O Enem já se manifestou e apontou o quanto este ?compacto educacional? gera a necessidade de se ampliar a formação acadêmica dos professores, a fim de que seja mais abrangente. A mudança deve se estender ainda às licenciaturas, à formação permanente dos profissionais e à interdisciplinaridade entre os conteúdos. E o caminho, aos gestores, é planejar, estudar e reaprender a dar aula, para tornarmos esta mudança muito bem-vinda.
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