Quinta pergunta da campanha institucional da RBS: "Por que 89% dos estudantes chegam ao final do Ensino Médio sem aprender o esperado em matemática?", pode ser respondida com números, de acordo com reportagem publicada ontem neste jornal:
- O Brasil ficou em 57º lugar entre 65 países no aprendizado da matéria, no último Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).
- Num estudo com 285 alunos do Ensino Médio, 92% disseram que o professor nunca utiliza a sala de vídeo, embora a escola tenha uma; 91% relataram que o professor nunca utiliza computador ou sala de informática; 61% disseram que o educador nunca utiliza jogos,
reportagens de jornais ou revista ou outros materiais para dinamizar as aulas.
- A Prova Brasil mostrou que apenas 42,8% dos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental sabem o esperado na disciplina ? dominar adição, subtração e resolver problemas com notas e
moedas.
- Por região, o percentual de estudantes de escolas públicas e privadas que alcançam o conhecimento esperado no 3º ano é o seguinte: Norte: 28,3%,Nordeste: 32,4%,Sudeste: 47,9%, Sul: 55,7% e Centro-Oeste: 50,3%.
- Por rede: Pública: 32,6%, Particular: 74,3%.
- Estudo feito com 62 escolas estaduais de Porto Alegre mostra percentual de estudantes que temem a matemática: 85,7% em escolas com baixo índice de reprovação, 100% em colégios com reprovação média, 83,3% em escolas com alto índice de reprovação.
- Entre as disciplinas que mais reprovam, a matemática é a campeã: 46,8%, seguida de física,
21%, e química, 8,1%.
- Relatório da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação mostrou que em 2007 o Brasil tinha um déficit de 245 mil professores de química, física e matemática.
São números e percentuais assustadores, quando se sabe que o aprendizado de matemática é indispensável para a formação profissional, para a vida dos cidadãos e para o próprio desenvolvimento do país. Muitos deles explicam por que os estudantes brasileiros temem a disciplina e chegam ao final dos seus cursos, quando chegam, sem dominar as operações básicas. Mas a explicação também pode ser dada em palavras, como fizeram os especialistas referidos no anúncio institucional publicado na edição de ontem: má formação de professores, falta de um programa de ensino bem estruturado, aulas desinteressantes, currículos descolados da realidade, planos de ensino incompatíveis com o desenvolvimento dos alunos, falta de liderança e capacidade gerencial de diretores e coordenadores pedagógicos.
O deplorável quadro constatado ao final do Ensino Médio apenas reflete o acúmulo de erros nas etapas anteriores. E esses erros, infelizmente, muitas vezes são cometidos por quem já passou pela barreira da matemática: governantes lenientes, gestores inaptos, profissionais despreparados e cidadãos pouco comprometidos com a educação dos filhos.
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