Santa Catarina é o estado da federação que tem mais crianças, entre os seis e os 14 anos, dentro da escola. Apenas 2,2% das crianças ainda não estão matriculadas. Em números reais, do total de 870.511 indivíduos nesta faixa etária, 853.101 frequentam a escola, e 17.410 estão fora dela.
Os números referem-se ao Censo de 2010, e confirmam uma longa tradição catarinense, que remonta à segunda metade do século XIX, no pico da colonização europeia do território. Estamos a um passo do ideal dos 100% de nenhuma criança fora da escola fundamental.
Esta deve ser a meta para o estado e também para o país, que registra 3,3% da população desta faixa de idade fora das salas de aula. A liderança nacional no ranking da educação fundamental merece ser festejada, sim. No entanto, impõe a responsabilidade de redobrar esforços e investimentos para concretizar o ideal da universalização o quanto antes.
Como ressaltou a coordenadora técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação (Cenpec), Maria Amabile Mansutti, 17,4 mil pode parecer um número pequeno comparado ao total, mas ainda é "bastante comprometedor".
O desafio vai além. Não basta assegurar o acesso e colocar todas as crianças e jovens na escola. É preciso garantir-lhes uma educação de qualidade, que os capacite a enfrentar os novos desafios de uma sociedade cada vez mais competitiva. Este esforço não é só dos poderes públicos, mas da sociedade no seu todo. É essencial a participação das famílias na construção deste ideal.
Educar não decorre apenas do processo de ensino e aprendizagem. Significa também a transmissão de valores e de bons exemplos no âmbito familiar. E os pais devem acompanhar, sempre e passo a passo, o desempenho escolar da prole.
É assustador e preocupante constatar que no país, hoje, apenas 3% dos concluintes do ensino fundamental na rede pública podem ser considerados plenamente alfabetizados, 15% no ensino médio e 62% no ensino superior. É chocante o número de analfabetos funcionais - pessoas que sabem juntar as letras, mas são incapazes de compreender o que leem - em todos os níveis de ensino.
A cientista política Maria Tereza Sadeck, durante encontro realizado em Florianópolis, no mês passado, lembrou que no Brasil temos desigualdades cumulativas.
E educação deficitária só faz aumentá-las e agravá-las. A campanha "A educação precisa de respostas", promovida pelo Grupo RBS, coloca em questão este quadro de desalento e persegue soluções para ele.
Universalizar a educação e dar-lhe qualidade cada vez maior é uma luta de todos e a melhor aposta no futuro. A educação é a melhor ferramenta para construir um mundo mais justo, mais humano, mais bonito, de melhor qualidade de vida para todos.
Mãos à obra.
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