O desempenho das escolas catarinenses das redes públicas, apresentado pelo MEC via Ideb, tem suscitado muitas discussões acerca da nossa qualidade educacional. São preocupantes os índices entre 4,0 e 5,7. Há, contudo, um ponto importante: o aumento contínuo nos índices da educação básica, desde quando foram iniciados os levantamentos, em meados da década passada.
Existem, certamente, inúmeros motivos para este desempenho. Desde a condição social e econômica da população até investimentos (ou a falta deles) pelos responsáveis por políticas públicas em educação. Práticas, já em curso ou em planejamento, estão atentas à situação, com o intuito de discutir e promover avanços nos índices observados. Dentre elas, saliento a ação das universidades comunitárias, vinculadas à Acafe, como a Unisul. Há várias décadas, elas prestam destacados serviços de interesse público.
Foram instituídas pela sociedade civil e pelo poder público local, sendo universidades reconhecidas pelas comunidades regionais como relevante fator de desenvolvimento. Além de divulgar o conhecimento científico pelo ensino e produzir novos por meio da pesquisa, dedicam esforços para partilhar o conhecimento, a arte e a cultura com as comunidades.
Para termos uma noção da força que possuem, desde 2007, apenas a Unisul formou mais de 2 mil docentes em variadas licenciaturas, em especial nos cursos de Pedagogia. Esses profissionais atuam nas redes de ensino catarinense, sendo com frequência participantes de cursos de atualização e eventos científicos das comunitárias. Essa prática tem contribuindo, é certo, com um melhor desempenho em suas funções, possibilitando, por extensão, uma educação de mais qualidade a todos os catarinenses, visto que abrangem todas as regiões do Estado.
Assim, a formação de docentes e sua educação permanente por universidades comprometidas com o desenvolvimento regional dão suporte para projetos educacionais pautados na autonomia das escolas, na valorização do trabalho docente e na ampliação dos recursos educacionais, evitando que sejamos reféns de indicadores de quantidade e não de qualidade.
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