Trabalhar com rigor os preconceitos e as defasagens permitidas pelos sistemas políticos com a educação é proposta de unanimidade nacional. Porém, o modelo instituído através do sistema de cotas para atender aos excluídos que não se capacitaram a poder concorrer em nível da igualdade pela meritocracia segue os padrões repetitivos dos pacotes engessados. Realmente, não se trabalha a complexidade dos sistemas e se adota um sistema de inclusão penalizando, ou excluindo, os direitos de outros.
As ações na educação deveriam construir sistemas escolares integrais e diversificados, para suprir pais muitas vezes não capacitados, ausentes - em especial, as mães trabalhadoras. Estas deveriam ser a preocupação e afirmação dos políticos. Porém, é mais fácil camuflar via universidades, porque o ápice da pirâmide é menor e o resultado pode parecer maior. Depois de conversar sobre o assunto, percebi críticas e insatisfações com este modelo que camufla problemas relacionados a defasagens intelectuais, éticas e morais na educação, e que podem seriamente eclodir com os profissionais do futuro. As formações curriculares, muito além do intelecto, precisam ser vivenciadas cedo, desde a infância, para evitar grandes lacunas de difícil correção. O sistema de cotas poderia ser pensado e trabalhado gradualmente, sem pular etapas, abrindo-se vagas para níveis técnicos universitários, adequadas às insuficiências previamente instituídas.
Na área médica, percebo particularidades que foram omitidas, mas que podem soar como agressão. O vestibular para Medicina alcança os maiores níveis de concorrência e sofrimento de muitas famílias que esperam anos para conseguir uma vaga numa universidade pública. A grande maioria dos brasileiros tem seus salários corroídos com impostos e não consegue dispor de mais de R$ 4 mil mensais durante seis anos para custear a faculdade. E são
trabalhadores de classe média, que não dispuseram de chances para ter seus filhos e se sacrificaram para custear escolas particulares. Esses podem estar sendo duplamente penalizados.
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