clicRBS
Nova busca - outros
(Arte DSM/Agencia RBS)

Fazer jornalismo é lidar com histórias todos os dias. Nesses 11 anos de existência do Diário, já contamos muitas delas, nos emocionamos com várias, choramos, sorrimos e vibramos com tantas outras. Neste dia 19 de junho, dia em que chegamos a 11 velinhas, resolvemos trazer as lembranças dos nossos jornalistas. Alguns estão aqui há menos de um ano. Outros fazem parte da Redação desde o primeiro dia, mas todos temos muito para contar.

Mas um episódio ficará para sempre nas mais tristes e duras lembranças, tanto de veteranos quanto de novatos: a tragédia na boate Kiss. Nenhum de nós havia, em momento algum de nossas carreiras, deparado com um acontecimento de tamanha e tão difícil proporção. Tivemos de aprender, da madrugada para o amanhecer, a aquietar nossas dores e fazer uma cobertura sem precedentes. Jamais esqueceremos.

Mas, para que os relatos de hoje trouxessem assuntos variados e fizessem você, leitor, também recordar de diversos momentos relevantes da nossa trajetória, optamos por apresentar hoje outras publicações marcantes.

Muito obrigada por nos acompanhar nesses 11 anos e boa leitura!

Blog Em Nome do Filho

(reprodução/reprodução)

A minha relação com o Diário começou em 2009, quando ainda era repórter da RBSTV Santa Maria, por meio do blog Em Nome do Filho, que migrou para o Meu Filho e foi retomado, recentemente, com o nome original. Do ambiente virtual, o blog ganhou vida no papel e virou uma coluna no jornal impresso, publicada todas as segundas. Recordo dos medos iniciais: de se expor demais, dos elogios e das críticas. Recordo de uma passagem particularmente marcante, entre muitas inesquecíveis. Foi em fevereiro de 2010, logo após o nascimento da minha filha, a Antonela. Eu, mãe de primeira viagem e um pouco desorientada, ela, um bebê prematuro e sem forças para sugar. Uma iluminada leitora do blog, a Ana, me apresentou o Mama Tutti, um acessório de amamentação utilizado geralmente por mães adotivas. Foi graças a Ana e outras tantas mães do blog com suas dicas simples e ao mesmo tempo geniais, que não sucumbi diante das dificuldades e amamentei por um ano. Com elas, aprendi a respeitar meus instintos e, mesmo contrariada, a admitir que, às vezes, a experiência materna supera a técnica médica. Hoje, o filho cresceu, o blog ganhou novos integrantes. A cada dia, aprendo um pouco mais com a troca de experiência entre mães e pais cheios de dúvidas e angústias, empenhados em acertar mais do que errar. E no fim das contas, "pai e mãe é tudo igual, só muda o endereço".

Uma carta que me fez chorar

(reprodução/reprodução)

Histórias acompanham a vida de um produtor de redação de jornal. Cabe a ele transformar em pautas as as que chegam por e-mail, cartas, leitores, repórteres. Em dezembro de 2003, escalei uma das repórteres com o texto mais brilhante que já conheci. A Tatiana Py Dutra tinha a missão de buscar boas histórias entre as cartihas do Papai Noel dos Correios. Chegou na redação com o olho cheio de lágrimas e me mostrou a carta do Quenedy de Lima, 8 anos, morador da Vila Urlândia. Dizia ele ao Papai Noel "tenho 3 irmãos, minha mãe é sozinha e faz fachinas. Ajudo ela catando latinhas e estou cançado de ver ela chorar. Poderia pedir um calçado e uma roupa? Mais preciso muito de comida. Passo a tarde juntando papelão e latinha. Chego em casa de madrugada morrendo de fome e não tem nada para comer e começo a chorar e vou dormir...". O olhar triste do menino parou na capa do jornal. Para mim, restou uma lembrança feliz (de um menino sorridente com a mesa da casa cheia de comida depois das doações) e uma lição: reclamamos demais da vida. Deveríamos agradecer, todos os dias.

O voto da Reeleição

(reprodução/reprodução)

Esta é a história de uma pauta de política, que me deixou apreensivo. Tratava-se do prefeito de Quevedos, que precisava só do próprio voto para se reeleger na eleição do ano passado. No caminho, já pensava em como representar isso em fotografia, faltando mais de um mês para as eleições. Chegamos à cidade, e fomos eu e o subeditor Lúcio Charão para a prefeitura onde o chefe do Executivo, Aldori Flores Vieira (PP), recebeu a equipe em seu gabinete. Eu fotografava o prefeito tranquilamente enquanto ele era entrevistado. Até aí, tudo normal. Assim que terminei de fotografá-lo, sentei ao lado do repórter, quando o prefeito estava mais à vontade na entrevista. De repente, o candidato à reeleição resolve colocar as mãos sobre a cabeça e se aconchegar no encosto da cadeira ficando bem à vontade. Foi então que voltei a fotografar o prefeito e consegui mostrar como ele estava, literalmente, à vontade nas eleições de 2012. A imagem do prefeito bem descansado em seu gabinete foi capa do Diário de Santa Maria.

Chorei junto com os pais de Ângelo

(reprodução/reprodução)

Fiquei quase três semanas produzindo esta pauta. Ligações para inúmeras fontes, negociações quase intermináveis, idas e vindas na reportagem. O foco era o violento 2011 que Santa Maria vivia. Foi uma árdua missão chegar a um consenso com os pais de Ângelo Razzolini Biazzi, 23 anos, assassinado de maneira brutal no Calçadão. O jornal queria entrevistá-los. A professora aposentada Vera Lúcia e o engenheiro eletricista Bonifácio vieram à redação. E trouxeram com eles uma carta, escrita à mão por dona Vera. Ela leu o texto para mim. Choramos juntos. Eu e os pais do jovem que que nunca vi, mas com quem criei um apego emocional. Era como se ele fosse meu amigo naquela hora. Acompanhei os desdobramentos do caso na Polícia Civil, no Ministério Público e até a condenação dos assassinos na Justiça. Além disso, ainda consegui entrevistar, de maneira não menos emocionante do que a carta de dona Vera, a namorada de Ângelo, Juliana, que presenciou a morte do jovem por um mísero boné. O jornalismo aqui no Diário me ensinou, entre muitas outros valores da profissão isto, que todos os dias aprendemos com as fontes, nas horas boas e, principalmente, nas horas ruins.

Na pele de um catador de lixo

(reprodução/reprodução)

Linha de apoioNesses 11 anos, uma das reportagens que mais me tocaram foi aquela em que eu vivi o papel de um catador de materiais recicláveis. Durante uma manhã, em 2005, acompanhei a catadora Maria Luiza Ferreira da Silva, que já tinha 33 anos de profissão. Junto com ela, eu puxei o carrinho de lixo desde a Vila Carolina até o Centro, abri dezenas de lixeiras e chafurdei por muitas sacolas de lixo atrás de plásticos, latas... Fui uma experiência inexplicável, muito mais rica que a mais profunda entrevista. O que mais me impactou e me revoltou foi ver uma filha de catador, de só 10 anos, que achou no lixo quatro chocolates, barras de cereais e um achocolatado. E contei: "Vi que a criança devorou tudo, apesar das mãos sujas. Foi o que mais me deixou triste. Depois, nem me impressionei ao ver Maria pegar o pão embolorado para dar ao cavalo, o resto de xis para o cachorro, alguns legumes para ela mesma e um resto de arroz para requentar". Essa experiência serviu para duas coisas. Primeiro: aprendi a respeitar muito mais os catadores. Segundo: sigo até hoje indignado com a falta de incentivos aos catadores e a ausência de contêineres para lixo seco em Santa Maria, que persiste até os dias atuais.

A dor e a delícia de... viver

(reprodução/reprodução)

Não há como comparar minhas experiências em um ano de formada com a de meus colegas de redação. Mas, nesse tempo, deparei-me com histórias de encher os olhos de lágrimas. Algumas, além de emocionar, trouxeram o ingrediente enobrecedor da humildade. Foi assim na reportagem publicada em 25 de maio, na qual abordamos a resiliência, capacidade de as pessoas buscarem forças a partir de dificuldades, fazendo com que elas se revertam em positividade e otimismo. Nela, contamos a história do Felipe dos Santos. Ele é um jovem que sofre atrofia muscular progressiva e, apesar das dificuldades impostas pela incapacidade física, nunca deixou de ir atrás do que quis. O Narciso Rei de Camargo tem 90 anos, é militar da reserva, e depois de uma carreira estabilizada, resolveu voltar aos bancos da universidade. A Dona Matilde Gonçalves, 60 anos, fez com que eu olhasse para as minhas próprias dificuldades de outra maneira. Ela passou pelo câncer por três vezes. Posso dizer com convicção que estas histórias ajudaram a mudar minha vida, rever o que chamo de problemas, enxergar a força de vontade que habita em cada um e pode florescer a qualquer hora.

O dia em que respirei gás lacrimogêneo

(reprodução/reprodução)

No dia 13 de novembro de 2006, eu participei de uma das mais tensas coberturas da minha vida. Era ainda uma repórter inexperiente, que fazia parte da redação do Diário há pouco menos de um mês, quando bombas de gás lacrimogêneo explodiram no coração do Coração do Rio Grande. O Calçadão e a Rua do Acampamento foram tomados por manifestantes e por policiais _ curiosamente, um tema atual em dias de protestos pelo país contra o aumento do valor da passagem do transporte público. Naquele dia, era uma colega quem enfrentava a manifestação protagonizada por camelôs revoltados com uma batida da Receita Federal, em conjunto com a Polícia Federal, nas bancas que, na época, ainda ficavam na Avenida Rio Branco. Os vendedores informais foram para a rua, gritando palavras de ordem e obrigando comerciantes a fecharem as portas. Bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha foram atiradas contra os manifestantes. Uma dessas bombas explodiu ao lado da repórter que trabalhava na cobertura e que teve de ir para o hospital. Fui escalada para assumi o lugar dela. Quando cheguei, a fumaça ainda era intensa, e a situação, tensa. Voltei com a adrenalina a mil, com os olhos lacrimejando e com a garganta irritada _ esse gás incomoda mesmo. Nunca mais esqueci do cheiro e da emoção daquela manhã.

Quando conseguimos promover mudanças

(reprodução/reprodução)

Foram muitas reportagens emocionantes e envolventes nesses mais de três anos de Diário. Mas uma delas demonstra a importância que o jornalismo tem como agente fiscalizador e promotor de mudanças: a denúncia do uso de cães cobaias no experimento de um pós-graduando da UFSM. A reportagem, que depois se transformou em uma série, em função dos desdobramentos que teve, começou com uma denúncia de um leitor, gerou comoção popular e teve como consequência investigações por parte do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. Além disso, gerou discussões sobre ética em pesquisas com animais entre estudantes, no Conselho Regional de Medicina Veterinária e na Comissão de Ética da UFSM, que inclusive mudou procedimentos, passando a acompanhar mais de perto as pesquisas. A repercussão ainda fez com que a reitoria determinasse o cuidado, tratamento e doação dos cães sobreviventes. Com envolvimento, responsabilidade, ética e humanidade podemos fazer a diferença. Essa lição é para todos nós, jornalistas ou não.

O passado e o presente juntos

(reprodução/reprodução)

Ainda sou um novato como jornalista nas páginas do Diário. Enquanto o jornal completa 11 anos, eu estou por aqui há apenas 11 meses. Mesmo asssim, já consegui me emocionar bastante em uma reportagem que fiz no início deste ano. Desde criança, sempre adorei futebol. Dessa forma, conhecer os clubes e suas histórias sempre foram minhas curiosidades. Na minha infância e adolescência, ouvi, por muitas vezes, nomes consagrados do futebol gaúcho e, alémkdisso, cresci ouvindo a imprensa sempre elogiar os times formados pelas equipes da Região Central, em especial, os dos Inter-SM. Pois, quase 30 anos depois de acompanhar o esporte, tive a chance de fazer uma reportagem justamente com ídolos que se eternizaram no clube e no futebol do interior gaúcho. Na matéria que mostrou o reecontro de craques do passado e do presente, no Estádio Presidente Vargas, consegui perceber o quanto nosso futebol é rico em histórias, personagens e emoção.

Para o Coração do Rio Grande fluir

(reprodução/reprodução)

Ao longo do curso, não são poucas as vezes que, ainda enquanto estudantes, ouvimos que um jornalista precisa estar preparado para tudo. Porém, apesar dos constantes avisos dos professores, a gente nunca imagina que poderá ver cair em seu colo uma pauta que jamais imaginou fazer. Mesmo que, na maior parte do tempo, eu fique à frente da editoria de polícia, a matéria mais desafiadora, até então, foi publicada em um edição de final de semana sob o título de "Para Santa Maria não parar". Imaginem só o tamanho do susto ao, de uma hora para outra, ter de desvendar tudo o que envolve um plano de mobilidade urbana pensado para uma cidade do porte da nossa. No final das contas, após um gigantesco exercício de síntese _ foram 98 páginas transformadas em duas _ conseguimos entregar ao leitor um material atrativo e didático, no qual foram apontadas saídas sustentáveis para que o Coração do Rio Grande flua. A lição desta vez, foi aprender que o trabalho em equipe _ reportagem, edição e diagramação _ pode sim tornar o susto inicial em motivo de orgulho.

Nas eleições, uma cobertura diferente

(reprodução/reprodução)

Em um jornal local, a cobertura de uma eleição municipal costuma ser um dos principais desafios para a editoria de Política. Neste período que antecede a escolha dos governantes da cidade, temos de encontrar a maneira certa de abordar os problemas e apresentar as propostas. Em 2012, a editora-executiva do Diário, Fabiana Sparremberger, que coordenou a cobertura eleitoral, propôs um desafio: criar um texto atraente e diferenciado, a partir das propostas apresentadas pelos cinco candidatos à prefeitura. Com o título de "A Santa Maria da boca do candidato", fizemos uma reportagem em que a personagem principal, Maria, vivia em uma Santa Maria dos sonhos. Esta cidade sonhada teve como inspiração as propostas apresentadas pelos candidatos a prefeito. Uma cidade com empregos, com saúde, educação e desenvolvimento social. A matéria, em si, foi simples. Mas a maneira criativa como apresentamos as propostas foi inovadora e marcou os meus 13 anos de profissão.

Novos Horizontes

(Claudio Vaz/Agencia RBS)

Escolhi essa foto porque acredito que foi, nos últimos anos, a obra mais importante da região. A rodovia que havia começado há vários anos era uma reivindicação antiga, especialmente da comunidade do centro do Estado e da Fronteira Oeste. Com a conclusão da BR-158, em 2008, é possível vislumbrar um novo horizonte para o desenvolvimento econômico de uma região que estava praticamente esquecida no mapa. A estrada que une e encurta a distância ainda vai transformar muito mais a paisagem desses pagos.

Fazer parte da história

(reprodução/reprodução)

É essa a sensação que eu tive depois de diagramar o Caderno de Aniversário dos 50 anos da UFSM. Sem dúvida, uma tarefa inesquecível. Se a história da Universidade, seus alunos e a importância que ela representa para a cidade, já é fascinante, conhecer essas pessoas que fizeram e ainda fazem a história da instituição foi muito gratificante. São muitas lições de vida, de esforço e de muito trabalho. Para mim, o mais especial foi a sensação de ter estado lá dentro, mesmo nunca tendo estudado na UFSM. O impacto e a repercussão positiva desse caderno compensou, totalmente, as muitas horas que dedicamos para cumprir o nosso objetivo: um presente do Diário à UFSM e aos leitores.

Alegria apesar de não ter água

(reprodução/reprodução)

Uma das matérias que mais me marcou como repórter do Diário foi uma que fiz há cerca de um ano, sobre a falta de água na região. Fomos em busca de um lugar onde a situação era mais precária e acabamos no interior de Santiago. Até hoje, lembro de um senhor que vive na localidade de Esquina Palmeiro. Com um humor fora de série, Aureon Sanches da Paz, 61 anos, era um caseiro daqueles sem muita frescura, que usava bombacha remendada e morava sozinho cuidando a propriedade dos patrões. Apesar das dificuldades, ele nos recebeu de braços abertos e mostrou como fazia para manter as tarefas diárias, cuidar dos animais e das plantas com pouca água. Foi um dos grandes exemplos de como sobreviver a algumas dificuldades da vida.

Queda da Ponte sobre o Rio Jacuí

(Ronald Mendes/Especial)

O que mais me marcou foi a cobertura da queda da ponte sobre o Rio Jacuí, entre Restinga Seca e Agudo, em 2010. Foi muito impressionante pelo grande número de pessoas envolvidas, deste a queda da ponte, com as famílias tentando localizar as vítimas, e a mobilização de órgãos de ajuda, até a sua reconstrução. Além disso, foi a primeira matéria de grande repercussão que participei como fotógrafo do Diário de Santa Maria

No Coração do Haiti

(Fernando Ramos/Agencia RBS)

Depois de passar 14 dias viajando por cinco cidades Haitianas em 2008, é difícil passar um dia em que não lembre de um rosto, de alguém ou de alguma situação que vivenciei no país caribenho. Um povo alegre , musical, guerreiro, pessoas que, diariamente, convivem com a miséria extrema. Mas a miséria não os torna pessoas pobres, eles não são pobres... estão pobres. Mesmo assim, caminham com uma postura invejável, com a cabeça erguida. O sorriso fácil e disposição em servir são características. É impressionante o carinho com que as mães arrumam seus filhos para irem à escola, pois acreditam que a educação seja a unica saída da pobreza, mesmo que a escola seja praticamente a céu aberto. Sem energia elétrica, a luta diária para conseguir comida e água potável faz de suas vidas uma batalha sem fim. Não sou a favor do conformismo ou do retrocesso, mas, quando vejo alguma pessoa reclamando que não consegue trocar de carro, de celular ou de não poder comprar o tênis da moda, sempre lembro e agradeço por ter me alimentado hoje.

O retorno do Inter-SM à Série A do Gauchão

(reprodução/reprodução)

Impossível não lembrar daquela tarde quente, abafada, de 29 de setembro de 2007. Foi naquele dia, um sábado, que participei de uma das coberturas que mais me marcaram nesses 11 anos de Diário de Santa Maria. O Inter-SM estava a 90 minutos _ na verdade, foram mais de 100 minutos de jogo, por conta das invasões de campo no final da partida _ de voltar para a Série A do Gauchão. E decidiria o seu futuro em casa, contra o Pelotas, em um Estádio Presidente Vargas abarrotado de gente. Eram tantos torcedores que cerca de 2 mil deles, mesmo com ingressos em mãos, nem conseguiram entrar na Baixada. Já se passavam sete anos de espera pelo retorno do Inter-SM à divisão principal do Campeonato Gaúcho. E ele foi confirmado na vitória de 2 a 1 sobre o Pelotas, com gols de Cirilo e Alê Menezes para o time santa-mariense, e de Michel para o Pelotas. Eu, assim como outros colegas de Diário, trabalhei na cobertura, testemunhando a tensão durante o jogo _ o Inter-SM chegou a abrir 2 a 0, mas sofreu um gol no segundo tempo _, seguida da euforia que tomou conta do estádio após o jogo e que ganhou as ruas de Santa Maria noite adentro. O Inter-SM, vice-campeão da Série B, estava de volta à Série A. O fato a se lamentar foi que a permanência na primeira divisão durou pouco, até 2011, quando o clube voltou a cair para a segunda divisão.

No meio do caminho, tinha sentimento

(reprodução/reprodução)

17 de julho de 2007. A data não sai da memória, assim como a imagem do avião da TAM em chamas e as lágrimas derramadas nos meses seguintes. O acidente fez com que a redação inteira ficasse mobilizada até a madrugada à espera da divulgação da lista oficial dos passageiros que estavam no voo JJ 3054. Uma lição sobre como é o trabalho em equipe. Com a lista em mãos, não demorou para que os primeiros nomes de vítimas da cidade e da região aparecessem. Os nomes, que foram ganhando rostos e, depois, histórias. Aprendi a lidar com as manifestações de cada família das 10 vítimas da região com as quais mantive contato por dois anos. Entre tantas histórias, não há como esquecer o olhar de Celina Lima dos Santos, mãe de Leila Maria Oliveira dos Santos, 35 anos. Os olhos de dona Celina falavam mais do que qualquer palavra seria capaz de expressar. E o que dizer das lágrimas dela quando, passado quase um mês da tragédia, Leila, a última vítima da região a ter o corpo identificado, pôde ser sepultada? Aprendi, com dona Celina e outros familiares de vítimas da TAM, como é angustiante não ter sequer um corpo em caixão fechado para dizer adeus.

As lições de Joãozinho

(reprodução/reprodução)

Jornalistas costumam colecionar boas histórias. Muitas delas, retratadas nas páginas do jornal, tornam-se inesquecíveis por uma série de fatores. Eu (e, tenho certeza, inúmeros leitores do Diário) nunca vou esquecer do Joãozinho, que não conheci pessoalmente, mas cuja história me fez repensar valores e posicionamentos diante da vida. Na edição do Diário de 25 e 26 de fevereiro de 2012, conhecemos a trajetória de João Auri Matzembacher dos Santos, 9 anos, que morreu no dia 16 de janeiro do ano passado, depois de lutar três anos e meio contra um câncer raro. O que ficou de legado desse pequeno guerreiro foi a alegria e o otimismo, revelados diante de dores insuportáveis e dificuldades vividas entre uma quimioterapia e outra. Hoje, quando enfrento algum desafio, lembro-me da força e da resignação do Joãozinho, e tudo parece muito menos complicado. Obrigada, Joãozinho.

Lições de cidadania

(reprodução/reprodução)

Durante a faculdade de Jornalismo, ouvi muitas vezes que, para fazer reportagens que fossem realmente fiéis à realidade e que interessassem aos leitores, é necessário conhecer profundamente as necessidades do público e prestar serviço. Nunca achei que ia vivenciar isso tão intensamente, até que foi aprovada a PEC das Domésticas, em 2013. A fim de ajudar a sanar as dúvidas de patrões e empregados, convidamos os leitores a enviarem perguntas ao jornal. A enxurrada de questionamentos, confissões, dúvidas e pedidos de ajuda me mostrou o quanto é importante estarmos atentos ao que os nossos leitores realmente querem saber _ e não ao que nós achamos que eles precisariam ler. Entrar na casa e na rotina das pessoas, mesmo que por meio de uma conversa por telefone ou por um e-mail trocado, e poder indicar um caminho para resolver questão me mostrou mais uma vez que o jornalismo diário, no papel, está longe do fim e ainda tem um importante papel a cumprir.

Perdido na multidão

(reprodução/reprodução)

Não sou um repórter no dia a dia. Meu trabalho é formatar os conteúdos dentro de um projeto e com a maior clareza para o leitor. Mas, em 2009, um trabalho marcou minha estrada. E foi uma reportagem. Eu tinha uma rotina diferente das demais pessoas. Por escolha minha, adotei a bicicleta como meio de transporte. Diariamente chegava na redação depois de pelo menos 20 minutos de pedalada desde a minha residência. Por isso, recebi um convite para contar a minha experiência. As dificuldades, os perigos, a legislação e os direitos de um ciclista foram abordados no meu texto. Hoje, o transporte é um tema muito discutido mas pouco avançamos desde então.

Facebook de papel

(reprodução/reprodução)

Dos 11 anos do Diário de Santa Maria, eu estou na redação há cinco. Após meu período de estágio, um dos momentos profissionais mais marcantes para mim foi quando eu atuava na diagramação do Diário 2 e consegui criar uma capa diferente alterando, naquela edição, o projeto gráfico da capa. A matéria era sobre a estreia do filme "A rede social", que conta a história da criação do Facebook. O filme gerou uma grande repercussão na época e este foi um dos argumentos para recriar o layout do Facebook nas páginas do jornal.

 
 
SHOPPING
  • Sem registros
Compare ofertas de produtos na Internet

Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.