Em 1988, Mano Menezes conquistou o Estadual AmadorFoto: Fotos Arivaldo Chaves |
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Esqueça o cabelo raspado e imagine uma franja. Deixe de lado a roupa social e pense num uniforme antigo, de lã. Pronto. Sai o Mano Menezes treinador e entra o Mano, peladeiro de final de semana.
Antes do sucesso como técnico de Grêmio e Corintihians, o gaúcho de 47 anos penou em campos esburacados e areiões. Porém, construiu uma história tão bonita quanto a do profissional.
Tudo começou no final da década de 1970, em Passo do Sobrado, a cidade natal dele. O primeiro time foi o Esporte Clube Rosário. Como tinha o sonho de ser jogador...
_ A várzea era o profissional do Interior. O caminho natural _ conta Mano.
Em seguida, vieram o Fluminense de Mato Leitão, Juventude de Linha Seival e Juventude de Vila Arlindo _ todas equipes da região de Venâncio Aires. Com o Flu, o zagueiro e capitão ganhou três vezes o Municipal de Venâncio.
O título mais importante foi em 1988. Já no Guarani, time que o revelou como treinador profissional, Mano conquistou o Estadual Amador _ o maior campeonato da várzea gaúcha. Com direito a gol do título, na decisão por pênaltis: 5 a 3 contra o Sapiranga.
_ Foi a minha maior conquista como jogador _ admite.
Ali, em Lajeado, no terceiro jogo da decisão (os outros dois terminaram em 0 a 0), ele revelou duas qualidades hoje exaltadas: conhecimento tático e liderança. Tanto que abandonou a carreira de atleta. Quem viu, garante que ele era um defensor limitadíssimo. Verdade, Mano?
_ É difícil fazer comparações. Para não ser alvo de gozações, é melhor deixar assim _ brinca.
Relato de quem viu
Pela rádio Venâncio Aires, o narrador Carlos Roberto de Oliveira, o Carlão, acompanhou toda a campanha do Guarani em 1988. Ele garante: Mano apanhava da bola.
_ Dá para comparar com o Felipão (Luiz Felipe Scolari), quando jogava no Brasil-Pe. Até hoje não sei quem era o mais tosco _ diverte-se Carlão.
O narrador lembra que, apesar das dificuldades técnicas, Mano (na foto abaixo, de pé, o quarto da direita para esquerda) era estudioso, inteligente e visionário. Tanto que conciliava o trabalho de auxiliar de lazer no Sesi com o futebol. Em 1989, um ano depois do título, ele comandou o Guarani na estreia do Gauchão. E não parou mais de crescer.
* Crédito do áudio: Astor Reckziegel (repórter), Carlos Mirândoli (repórter) e Carlos Roberto de Oliveira, o Carlão (narrador). O áudio pertence ao arquivo pessoal de Carlão.
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