Marquinho, ex-Figueira, fez o gol do epate com o Coxa, neste domingo, que garantiu o Flu na elite e fechou uma reação histórica nas últimas 11 rodadasFoto: Photocamera |
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E não é que o Fluminense não caiu! Neste domingo, pouco depois de completa a epopeia tricolor, começaram a chover e-mails na minha caixa. Tricolores que por quase quatro meses guardaram, calados, o descontentamento com a minha previsão, em 16 de agosto, na virada do turno, de que o Flu já estava rebaixado. Poucos minutos depois de ver o time operar um milagre, eles não foram comemorar. Correram para o computador para descarregar a raiva neste blogueiro. Quanta honra! Bom, mas a verdade é que devo, sim, satisfações aos torcedores do Flu. Não esperem, no entanto, desculpas e coisas do gênero. Previ o rebaixamento do tricolor porque acredito na matemática. Era uma questão de lógica. Lembro bem das minhas palavras ao dizer: "com 15 pontos, o Flu precisará de pelo menos 32 no returno, o que, convenhamos, não vai dar". Mas deu. E não foi no returno, mas apenas nas últimas 11 rodadas, quando o clube tinha 98% de chances de cair. O Flu igualou a série invicta do Avaí, com seis vitórias e cinco empates, e inclusive fez campanha melhor que a do Leão no turno. O tricolor mandou às favas a tal da lógica, subverteu a matemática. Construiu uma façanha histórica, tanto é verdade que no mesmo texto eu disse que os companheiros do Flu na zona de risco dificilmente escapariam também. E Sport, Náutico e Santo André seguiram direitinho rumo à Segundona. E o mérito é todo, mas todo mesmo, da turma que rala em campo. Porque os cartolas do clube fizeram de tudo para rebaixar o Flu, tamanha a quantidade de trapalhadas. O técnico Cuca pegou o time no fundo do poço e comandou a reação, recuperando junto a própria imagem como técnico, que estava bem desgastada (tinha acabado de deixar o campeão Flamengo mal na tabela). Barrou alguns figurões, apostou na garotada, jogou todas as fichas no talento de Conca e de Fred, até então apagados. E deu certo. Além deles, o jovem Maicon e o zagueiro Gum foram decisivos para a façanha tricolor. O gol da salvação, no empate com o Coxa, foi de Marquinho, ex-Figueirense, outro que cresceu na reação. E a torcida, claro, que acreditou e empurrou o time de forma comovente nas rodadas finais. Vou dizer: mesmo sabendo que seria coneteado pelos torcedores tricolores caso isso ocorresse, torci sim para que o Flu escapasse. Neste domingo, nos minutos finais da batalha do Couto Pereira, um gol rebaixaria o Flu e colocaria toda essa reação fantástica no lixo. Seria um pecado, uma tremenda injustiça. Agora, uma coisa precisa ser dita: foi o segundo ano consecutivo que o Flu escapou da degola no apagar das luzes. É pouco para um clube do tamanho do tricolor das Laranjeiras. É hora de repensar muita coisa, até porque comemorar permanência na primeira divisão, mesmo que seja da forma como foi, não combina com a tradição do Flu (e serve para o Botafogo também). E tem outra: relendo minhas previsões daquela época, a do rebaixamento do Flu nem de longe mostrou-se a mais fiasquenta. Por aqueles dias, ironizei a pretensão do Flamengo de brigar pelo título e disse que o time carioca seria mais um a lutar contra a degola. Desde então, o rubro-negro engatou uma sequência brilhante e ficou com a taça. E ainda disse que o Botafogo tinha um bom time e que não ficaria nem perto da zona de rebaixamento. Ou seja, um desastre total. Mas já aviso: não adianta nada me dizer que como palpiteiro eu vou morrer de fome e coisas do gênero. Vou continuar, errando e acertando. 2010 vem aí!
A opinião e a análise sem meias palavras do editor de Esportes do Santa, Rodrigo Braga, sobre o que rola no mundo esportivo. Destaque para o futebol, mas nenhuma modalidade deixará de merecer um pitaco. Fale com o blogueiro No Twitter:
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