Estádio do Sesi após a forte chuva da tarde desta quarta-feira em Blumenau. O problema todo mundo já conhecia, mas mesmo assim pouca coisa foi feita para evitar que a cena se repetisse e deixasse o Metropolitano mais uma vez sem local para jogar no CatarinenseFoto: Patrick Rodrigues |
Deve ser sapo enterrado, ou algo do tipo. Só pode ser.
A quatro dias da estreia no Catarinense, o Metropolitano ficou nesta quarta-feira mais uma vez sem o Estádio do Sesi para o aguardado primeiro jogo, domingo, contra o Juventus.
Pior, a provável interdição (a definição será nesta quinta) tira o time blumenauense da cidade pelo menos por todo o turno do Estadual. Se confirmado, será o terceiro ano seguido jogando parte do campeonato fora de Blumenau. Nos últimos anos, o clube mais perambulou pela vizinhança do que jogou em casa, diante dos blumenauenses.
A causa? Mais uma vez estragos causados pela chuva. O gramado, pra variar, virou um piscinão pelos eternos problemas nas galerias que passam na Rua Itajaí, em frente ao Complexo Esportivo. O alagamento (mais de 20 cm de água) levantou parte do gramado, o que, a princípio, inviabiliza qualquer esperança de solução rápida para o caso. Por isso a previsão logo de cara de pelo menos 30 dias sem o estádio. Ainda assim, direção do clube, do Sesi e até a prefeitura prometem um esforço para que, se possível, dependendo da avaliação dos estragos depois que a água baixar, o gramado seja reparado para poder receber o jogo de domingo. A decisão será tomada após o laudo oficial dos estragos, que será feito nesta quinta-feira.
A situação, me confidenciou um membro da direção verde, é que em fevereiro o clube faz apenas um jogo no Sesi (contra o Ibirama, dia 3). Assim, ficaria bem mais fácil fazer reparos mais complexos sem prejudicar o clube. Em janeiro, além do Juventus, o Metrô jogaria no Sesi contra Criciúma (dia 23) e Figueirense (dia 31).
As informações foram confusas durante toda a tarde. Para o leitor ter uma ideia, a direção do clube foi avisada por este blogueiro da situação e rumou para o Sesi. O clube agora tenta uma saída para a estreia. A mais provável, me confirmou à tarde o presidente Edson Pedro da Silva, será pedir à FCF a inversão de mando para o jogo de domingo, contra o Juventus, para o João Marcatto, em Jaraguá do Sul. Consultada, a FCF preferiu pronunciar-se apenas nesta quinta-feira, após o laudo oficial dos estragos.
Os demais jogos que estavam marcados para o Sesi no turno (Criciúma, Figueirense e Atlético de Ibirama) precisariam ser remanejados. As opções são o Augusto Bauer, em Brusque, e o Complexo de Timbó, casa do Metrô nos últimos estaduais, mas que precisaria ainda passar por vistoria para poder receber os jogos do clube. Pomerode, pela amizade de membros da direção com o prefeito, também tem chance de receber jogos, caso o Sesi seja mesmo vetado.
A verdade é que, mesmo com uma pequena esperança, o presidente do clube estava mais uma vez desolado com a situação. Com a voz embargada ao telefone, me disse:
"Assim fica difícil fazer futebol nessa cidade".
E eu pergunto: ele está errado? Não, não está. Lembro perfeitamente de ter ouvido, quando da liberação do Sesi para os jogos da Copa SC, no fim do ano passado, que "qualquer chuva forte poderia destruir tudo outra vez", feito na tragédia de novembro de 2008. Ou seja, até que demorou para desmoronar a solução "nas coxas" para o estádio. Todo mundo conhece o problema, a galeria da Rua Itajaí (aquele buraco gigantesco em frente ao estádio), mas nem por isso houve disposição de se buscar uma solução definitiva.
E assim, dependendo de uma única opção, o Sesi, e da vontade política (no caso da falta dela), o Metropolitano segue em 2010 seu calvário para tentar crescer e ganhar espaço no coração dos blumenauenses. Sou obrigado a dar razão ao Pingo, homem sério e que não merece passar por tudo isso:
"É difícil fazer futebol em Blumenau".
A opinião e a análise sem meias palavras do editor de Esportes do Santa, Rodrigo Braga, sobre o que rola no mundo esportivo. Destaque para o futebol, mas nenhuma modalidade deixará de merecer um pitaco. Fale com o blogueiro No Twitter:
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