Festa total quando o juiz encerra o jogo |
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O Ypiranga-Ere tremeu. Eu disse que eles iriam tremer. Nada contra o Ypiranga-Ere, pelo contrário, mas a vantagem deles era tão grande, e a qualidade do time também tão concreta, que só restaria ao Brasil fazer uma guerra para passar à final da Copa Amorettty. De fora, poucos acreditavam. Eu mesmo confessei duvidar da façanha. Mas os rubro-negros acreditaram. Alistaram-se para a guerra 10 mil e 11 guerreiros. Dez mil do lado de lá da arquibancada. E 11 dentro de campo, verdadeiros insanos, sem cansaço, sem bola perdida, sem desânimo. Vibrantes, ensandecidos e de dentes rangendo, como eu pedi, como todos pediram. Deu certo.
O Brasil acaba de vencer o Ypiranga-Ere por 3 a 0, resultado praticamente impossível de ser alcançado, e necessário para garantir a vaga na decisão, contra o Caxias (que venceu o Grêmio B por 1 a 0). Em Erechim, vitória dos adversários por 2 a 0. Para a virada histórica, os xavantes fizeram o que eu pedi: foram ao jogo, cantaram o tempo inteiro, acreditaram sempre, apoiaram o grupo e com certeza foi a torcida o doping que manteve todos, exaustos e extenuados, correndo até o placar bater nos 3 a 0, inacreditavelmente aos 47min do 2° tempo.
Suca também fez o que eu pedi aqui no blog, ainda hoje. Escalou um 4-3-3 com Nicolás aberto na ponta-esquerda, vencendo todas na velocidade e na garra. Que homem endiabrado! Sem Júlio e Evaldo, dois volantes improvisados - Ayub e Flavinho - leões no combate aos qualificados alas do Ypiranga. A defesa foi composta por Régis e Alex Martins, uma dupla de bravos que não perderam absolutamente um lance sequer. Terrão jogou, dando o toque de qualidade na armação das jogadas, protegido por Ivanildo, incansável. E na frente, Hyantony segurando zagueiros, e Milar partindo para cima. Nota 10 para todos eles.
Marcando pressão e buscando o gol sempre, o Brasil acuou o Ypiranga-Ere. Os visitantes passaram o jogo inteiro sem recursos, chutando balões pelas laterais, afastando do jeito que dava. Era uma blitz permanente, sincronizada entre torcida, jogadores e banco de reservas. Irresistível. Aos 14min, Alex Martins marcou o 1°, de cabeça, em cobrança de falta de Terrão; no 2° tempo, aos 36min, Nicolás acreditou numa jogada perdida, e bateu por cobertura. Golaço. Quando todos já esperavam os pênaltis, novamente Nicolás partiu para cima dos apavorados zagueiros, acreditou de novo e bateu de perna esquerda. Eram 47min do 2° tempo.
Daí em diante foi uma comoção generalizada, Helder Lopes ajoelhado, nos braços da torcida, Suca correndo para todos os lados, os jogadores no alambrado, invasão de torcida. Vocês mereceram. Vocês Xavantes disseram que iriam conseguir. Disseram que acreditavam. Disseram que iam virar esse jogo fazendo uma guerra. Foi exatamente isso que aconteceu. Uma das maiores loucuras que já vi em todos os meus 28 anos, a maior parte deles acompanhando futebol, e os últimos 10 como jornalista. Ficou para a história. Mais uma. Parabéns. Agora é final, mais duas batalhas. Fazendo guerra de novo, o Brasil tem condições de levantar a taça e se garantir na Série C e na Recopa Sul-Brasileira. Mas tem que ser como foi hoje, no limite, tanto na Serra quanto no Bento Freitas.
E o Cidade Futebol não poderia deixar de oferecer uma cobertura completa. Aqui no post, logo abaixo, tem vídeo da torcida, galeria de fotos e o texto com ficha técnica do jogo está nesse link.
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