As duas equipes jogaram no 4-5-1 bastante flexível, com muitas variações táticas |
Desde a criação do blog Prancheta, muito falamos sobre o 4-4-2 britânico. Mas há um clube inglês, principalmente a partir do início da era Abrahmovic, que não adota este sistema tático culturalmente arraigado ao futebol da Inglaterra: o Chelsea. Primeiro com Mourinho, e agora com Felipão, o Chelsea atua em um 4-5-1 aberto a muitas variações táticas.
Hoje, do meio para frente, Felipão escalou contra a Roma o Chelsea com Mikel, Lampard, Kalou, Deco, Malouda e Anelka. Na teoria, Mikel e Lampard formaram uma dupla de volantes, com uma linha de meias ofensivos à frente - Deco centralizado, Kalou pela direita e Malouda pela esquerda.
Mas na prática, como esta linha de meio-campo joga de frente para o adversário, Lampard e Mikel se tornaram articuladores, junto com Deco. Segurando mais os laterais, com a posse de bola o 4-5-1 do Chelsea se transformava em um 4-3-3, com Malouda e Kalou freqüentemente entrando na área, enquanto Deco, Lampard e Mikel avançavam nas diagonais posicionados na intermediária ofensiva, buscando os atacantes com passes curtos e tabelas.
Do outro lado, entretanto, Felipão encontrou um time taticamente semelhante. A Roma de Spalletti mantém o mesmo sistema 4-5-1 criado por seus antecessores desde que Totti se transformou na grande referência da equipe. Hoje, a Roma enfrentou o Chelsea do meio para frente com De Rossi e Brighi na dupla de volantes; Taddei pela direita, Aquilani centralizado e Vucinic na esquerda, no trio de meias ofensivos; e Totti no ataque.
Da mesma forma, com a bola muitas vezes a Roma chegou ao 4-3-3, ou então ao 4-4-2 - com Vucinic na área, e os laterais apoiando mais que os ingleses. O que configurou um duelo tático "espelhado" - duas equipes com características semelhantes, posicionadas de maneira quase idêntica, e com movimentação ofensiva muito parecida. Levando ambos a bloquear com sucesso as virtudes dos rivais.
Felipão se mostrou mais flexível, trocando de esquema no 2º tempo. Ele retirou Malouda para a entrada de Belleti, adotando um quase 4-4-2 britânico. A idéia original - forçar a dupla Belleti e Deco pela direita para liberar as subidas do lateral Bosingwa - deu certo, e o Chelsea pressionou a Roma com ainda mais força. Mas o time italiano se defendeu bem, geralmente formando uma linha de cinco defensores sem a bola (Brighi recuava), com um paredão de outros quatro à sua frente e Totti marcando a saída de bola.
Um legítimo jogo de xadrez. O duelo tático foi tão intenso, e com tantas alternativas, que restou ao Chelsea superar a Roma na bola parada. Depois de muita insistência, mantendo a característica da marcação semi-pressão no campo do adversário, o Chelsea venceu por 1 a 0 com um gol de Terry, completando cobrança ensaiada de escanteio na primeira trave, aos 32min do 2º tempo - leia aqui como foi. Um gol com a cara do Felipão. Os ingleses lideram o Grupo A da Liga dos Campeões. Foi um grande jogo, tanto no duelo tático, como no desempenho de jogadores tão qualificados.
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