Diagrama tático do Gre-Nal, no primeiro tempo |
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Foi preciso sofrer um desfalque - Fabiano Eller, suspenso - para Mário Sérgio organizar uma equipe equilibrada. E, no mais clássico 4-4-2 brasileiro, com meio-campo em quadrado, o Inter venceu o Gre-Nal 378, no Estádio Beira-Rio.
No meio-campo em quadrado, Mário Sérgio apostou nos "pés invertidos". O canhoto D'Alessandro atuou na meia-direita, enquanto o destro Giuliano foi o meia-esquerda. O treinador colorado já havia declarado a predileção por este tipo de inversão, proporcionando aos jogadores o movimento em diagonal do lado para o meio, e a consequente conclusão. Foi assim que D'Alessandro marcou o gol da vitória por 1 a 0.
Sandro e Guiñazu, alinhados, foram os volantes, completando o quadrado do meio-campo. E o setor, quando o Inter perdia a posse de bola, ganhava ainda um quinto integrante - Taison - que ora recuava por dentro, ou então descia acompanhando os raros avanços de Mário Fernandes pelo lado. Esta variação do 4-4-2 parao 4-5-1 ficou ainda mais nítida quando Marquinhos substituiu Taison, e Andrezinho entrou no lugar de D'Alessandro - Marquinhos alinhou-se ainda mais a Giuliano e Andrezinho.
Ainda no 4-4-2 colorado, Kleber foi o lateral-apoiador, enquanto Daniel manteve-se atento à marcação de Lúcio. Alecsandro atuou como centroavante, centralizado, fazendo o pivô e saindo pelos lados. Na defesa, Bolívar saiu-se bem improvisado no lado esquerdo, em parceria com Índio. Ambos, sem muito trabalho.
No Grêmio, Autuori apostou no 4-5-1, devido às ausências de Maxi López e Tcheco. Não foi uma boa escolha. O 4-5-1 gremista pode ser desdobrado em 4-3-2-1, uma espécie de "árvore de natal", formada por três volantes, dois meias e um atacante.
Túlio centralizou, tendo Rochemback à direita e Adilson à esquerda - ambos trocando bastante de lado. Mais à frente, Douglas Costa jogou pela esquerda, e Souza pela direita - também alternando-se nas trocas de posicionamento. Perea ficou mais centralizado à frente. Esforçado, como sempre, nada mais do que isso.
Faltou profundidade e objetividade. Sem o apoio dos laterais - Lúcio e Mário pouco investiram - e com três volantes, o Grêmio limitou-se a trocar passes laterais. Na marcação, o Inter estava bem agrupado, com os meias próximos dos volantes. Souza e Douglas Costa nada conseguiam criar, nem recebiam assessoramento de ninguém. Eventualmente Rochemback ou Adilson passavam da linha da bola,mas apenas para receber e devolver. Um time burocrático e lento.
Certo é que não foi um bom jogo. Com o gol marcado cedo, o Inter evidenciou a estratégia de contra-ataque. Cedeu posse de bola ao Grêmio, posicionando-se para transições rápidas com Giuliano, D'Alessandro (e Andrezinho), Taison (depois Marquinhos) e Alecsandro. E como o Grêmio nada criava, trocando passes laterais sem objetividade nem profundidade, a partida também assumiu esta rotação lenta e arrastada, com pouquíssimas oportunidades de gol.
No segundo tempo, Autuori trocou Douglas Costa por Herrera, tentando um retorno ao 4-4-2. Mantiveram-se os três volantes. Na prática, nada mudou. Formou-se uma espécie de losango no meio-campo, com Túlio centralizado, Rochemback e Adílson na segunda linha, e Souza na ponta-de-lança. Quarteto que permaneceu submisso à marcação do quadrado colorado, acrescido pelo retorno de Marquinhos.
Mário Sérgio demorou para escalar um Inter equilibrado. Venceu com mérito, embora sem brilho, o Gre-Nal de hoje. Para o Inter, seria bom que seu treinador cogitasse abandonar a predileção pelo 3-6-1, colocando este 4-4-2 - que privilegia os melhores, os tecnicamente mais qualificados - na planilha de alternativas táticas prioritárias.
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